Bem-vindos à edição #76 da M&A Community Brasil.
Tem menos Carrefour aí? A gente não se vê desde o dia 18 de dezembro, e nesse meio-tempo a varejista vendeu ainda mais de 10 lojas.
Mas muito além disso, recuperações judiciais e carve-outs foram outros pontos que movimentaram a última quinzena. Oi, Gol, Azul e Hidrovias do Brasil são algumas das empresas que venderam ativos para equilibrar seus balanços.
Os destaques da semana foram:
- A Brava Energia iniciou um plano de desinvestimento para levantar capital e liberar fluxo de caixa. O Itaú BBA está negociando a venda de todos os ativos onshore da companhia, com valor estimado de até USD 1,9 bi. A empresa já assinou um contrato de exclusividade para a venda de ativos no Rio Grande do Norte, envolvendo a Azevedo e Travassos e a Petro-Victory Energy.
- A Sanofi está passando a Medley para outras mãos. A farmacêutica brasileira teve seu processo de venda iniciado e EMS, Neo Química, Aché e Eurofarma já estão interessadas. A expectativa é que a transação movimente até USD 1,5 bi;
- A CSN fez uma proposta de BRLm 742,5 para adquirir 70% da Estrela Comércio e Participações, controladora da Tora Transportes. A proposta é vinculante, com exclusividade para a CSN na negociação. Já o pagamento será feito em duas etapas: BRLm 300 na conclusão da operação e o restante em três parcelas anuais.
Não deixe de conferir todas as movimentações da semana no nosso Deals Highlights.
Boa leitura.
Deal Highlights 18 de dezembro a 07 de janeiro
MergerMarket: M&A no Brasil cai 33% em 2024, Middle Market é destaque e Tecnologia não é mais apenas hype
Janeiro começa com todo mundo querendo lançar olhares para o novo período. Mas vocês sabem como os dados são. Conforme informações são consolidadas e o dinheiro passa de mãos, esse mês (e possivelmente os próximos) vão ser dedicados para entender 2024 — não que os dados de dezembro mudem muita coisa do que já estávamos vendo.
Um compilado da MergerMarket, com dados parciais de dezembro, confirmou a perspectiva de que o ano passado foi especialmente ativo para o M&A, mas o setor ainda enfrenta desafios conjunturais.
O volume movimentado pelo M&A em 2024 superou em 21% os USD 33,8 bi registrados em 2023. No período, o valor alcançou USD 40,9 bi, dando aquele suspiro que o setor tanto precisava. Em contrapartida, a quantidade de transações reduziu para 658, em oposição aos 2023 de 23.
Quem olha para o Brasil já sabe o que esses números querem dizer. Temos um cenário macroeconômico incerto, com desafios tributários e fiscais; nenhum IPO e juros que bateram os 12,5%. Já era de se imaginar que a reação natural das empresas à essa odisseia fosse o conservadorismo.
- O Senado aprovou a reforma tributária na segunda quinzena de novembro, com possibilidade de IVA de até 28,6%, o mais alto do mundo. O texto trouxe algumas incertezas, e pontos como a indefinição de benefícios para setores como educação e saúde vão aumentar ainda mais a cautela dos investidores, levando ao adiamento ou à reestruturação de negociações e tornando o M&A mais seletivo e prudente.
E podemos notar esse conservadorismo de diversas formas, sendo:
- Big deals: estão cada vez mais raros. E isso não é de hoje. Em 2022, logo no início do “inverno”, houve uma redução de 55,4% nas transações de porte superior a BRL 1 bi;
- Middle Market: a participação dele já havia aumentado em 60% entre 2021 e 2023, e em 2024 ele também se apresentou como uma forma de fugir da volatilidade e desafios regulatórios;
- Tecnologia: a sinergia entre grandes empresas e startups foi a tática preferida dos estrategistas no período. Setores como Fintechs se destacaram no volume de transações, com corporates as encarando como uma forma de se transformar digitalmente.
Ainda é possível achar outras pérolas entre os setores que mais concentraram movimentações. Energia e Indústria continuam aquecidos, onde o M&A apareceu como uma forma de acelerar expansão em mercados de crescente demanda, em vez de uma necessidade latente de adaptação das corporates.
- E o mercado global? Em 2024, o M&A alcançou USD 3,5 tri, marcando um aumento de 15% em relação a 2023, conforme pesquisa da Bain & Company. O volume de negócios cresceu 7%, com destaque para setores de energia, serviços industriais e financeiros. No entanto, o setor de tecnologia não acompanhou o ritmo. Desafios surgiram devido à discrepância nas expectativas de avaliação entre compradores e vendedores, dificultando algumas transações. As altas taxas de juros também impediram uma recuperação total do mercado.
Deu o que falar…
- A CVM iniciou um processo administrativo para investigar as denúncias do Itaú Unibanco contra seu ex-CFO, Alexsandro Broedel, acusado de violar políticas internas e atuar em conflito de interesses, ao contratar pareceres técnicos em benefício próprio. O banco está buscando reparação de danos através de uma ação civil, com o apoio de um escritório de advocacia.
- A Gol protocolará em janeiro seu plano de reestruturação financeira no tribunal norte-americano onde tramita o processo de Chapter 11. A proposta prevê a redução de até USD 1,7 bi em dívidas e o levantamento de até USD 1,85 bi em novo capital. O plano inclui conversão de ações e emissão de novas para credores e investidores. A Abra, controladora, deve receber até USDm 950 em novas ações e USDm 850 em dívida reestruturada.
- O Cade adiou a análise da compra parcial da Shopper pelo iFood. A conselheira Camila Alves pediu mais dados sobre a estrutura de mercado e possíveis distorções no faturamento, como dupla contagem envolvendo varejistas.
. - A Aprosoja-MT intensificou a disputa contra a Moratória da Soja ao denunciar ao Cade suposta prática de cartel por empresas signatárias do acordo, incluindo Cargill e ADM. A Aprosoja busca indenizações e aponta para possíveis ações judiciais nacionais. Entidades do setor argumentam que a Moratória protege a Amazônia e mantém a competitividade do agronegócio brasileiro.
- As exportadoras de café Atlântica e Cafebras conseguiram uma carência de 60 dias para renegociar suas dívidas com credores. A decisão foi tomada após uma rejeição inicial do pedido. As empresas enfrentam desafios devido à alta de mais de 70% nos preços do café arábica em 2024, o que aumentou os custos de hedge.
- A juíza Andréa Palma, do TJ-SP, concedeu liminar proibindo Nader e Abdul Fares, administradores da LP Administradora, de vender imóveis ou cotas da holding, enquanto ação judicial segue. A disputa opõe irmãos Nasser e Jamel Fares contra seus filhos e sobrinhos, acusados de desviar recursos e contrair dívidas em nome da empresa. A audiência de conciliação está marcada para 29 de janeiro de 2025.
- O Ministério de Economia e Finanças do Uruguai manteve a decisão de barrar a aquisição de três plantas industriais da Marfrig pela Minerva no país. Em maio, a autoridade concorrencial local (Coprodec) já havia sinalizado restrições ao negócio. Avaliado em BRL 7,5 bi, o acordo global incluía ativos na América do Sul, mas a aquisição das operações uruguaias, avaliadas em BRLm 675, segue impedida. A Minerva informou que analisará a decisão e possíveis recursos legais.
- A Anatel publicou um acórdão que retoma as decisões de 2023 e 2024, indeferindo o pedido de anuência prévia da Plintron do Brasil para assumir o controle da Surf Telecom. A agência havia anteriormente aprovado a operação, mas, após recurso judicial, a decisão foi revertida. O novo acórdão, publicado pelo Conselho Diretor da Anatel, restabelece a posição anterior, alegando risco à prestação do serviço e à violação dos direitos dos usuários. A Plintron havia obtido a anuência por meio de uma liminar em maio, mas a decisão foi anulada com o novo parecer regulatório.
Novos fundos e captações
Market Trends
Venture segue cauteloso (exceto quando falamos de IA)
A Q3 24 mostrou um mercado global de venture capital cauteloso, com USD 70,1 bi investidos em 7.227 deals. O foco em inteligência artificial liderou os maiores aportes, destacando-se os setores de defesa e saúde.
Quando falamos dos cheques mais gordos, os EUA lideram com as startups Anduril e Safe Superintelligence, que captaram mais de BRL 1 bi cada. Já Europa e Ásia seguiram com aportes mais modestos. Apesar do cenário desafiador, cortes nas taxas de juros geram otimismo para 2025.
Será que agora vai?
Fonte: KPMG
Cheque médio em VC mostra mercado seletivo e concentrado em rodadas avançadas
O cheque médio fechou a Q3 24 com um cenário interessante, destacando um mercado seletivo. Rodadas Seed tiveram uma média de USDm 3,1, enquanto as séries D+ alcançaram impressionantes USDm 97.
Apesar da cautela, investidores continuam valorizando startups com caminhos claros para lucratividade, concentrando recursos em rodadas avançadas.
Todo mundo está em busca de alta inovação.
Fonte: KPMG
Em 2024, a renda fixa foi a preferidinha dos ricaços brasileiros
No Brasil, os endinheirados mantiveram uma postura conservadora em 2024. Segundo dados da Smartbrain, a renda fixa saiu de 39,06% em janeiro para 45,71% em novembro, enquanto os multimercados recuaram de 38,43% para 30,86%.
A fatia em ações também diminuiu, chegando a 8,73%. O cenário de juros elevados e a bolsa patinando contribuíram para essa alocação mais cautelosa, priorizando ativos menos arriscados.
Fonte: Valor Investe
Cada vez mais estrangeiros estão investindo em FIIs brasileiros
A participação de investidores estrangeiros na indústria de FIIs vem crescendo de forma expressiva. De acordo com o Santander, em 2019 esse grupo respondia por apenas 5% do volume negociado, percentual que subiu para 16% em 2024, somando cerca de BRL 5 bi.
ETFs e fundos globais impulsionam essa demanda, atraídos tanto pela liquidez quanto pela possibilidade de diversificar em países emergentes. Apesar do cenário doméstico mais desafiador e de o IFIX acumular queda no ano, o avanço desses investidores não residentes mostra que há espaço para os FIIs se fortalecerem, tornando-se cada vez mais relevantes na formação de preços do mercado.
Fonte: Estadão
Outras trends
- A consultoria Kroll coloca o Brasil em destaque no M&A na América Latina. O país lidera as transações, representando 63% das atividades na região. Mundialmente, foram anunciadas cerca de 44 mil transações, com a América Latina representando 5% desse total (2,200).
- No Q3 24, o Sudeste registrou 285 fusões e aquisições, uma queda de 9% em comparação ao mesmo período de 2023. Em São Paulo, que concentraram 238 operações, a retração foi de 6%. No entanto, o mercado nacional de M&As teve crescimento de 5%, com 1.196 transações no acumulado de janeiro a setembro. O setor de tecnologia liderou, com 355 transações, seguido por empresas de internet (199). Fundos de private equity e capital de risco impulsionaram a atividade, especialmente no setor de TI.
Apesar da situação delicada em que algumas empresas do setor se encontram, o M&A no agro cresceu em 2024. De janeiro a setembro o número de transações cresceu 125%. O destaque foi o segmento de fertilizantes, com sete operações (+75%). Entre os acordos, estão a compra de 50% da BP Bunge Bioenergia pela BP e a aquisição da Solubio pela Aqua Capital por BRLm 100.
Movimentações executivas
Indústria
- O Grupo Stefanini anunciou mudanças na liderança para sustentar sua estratégia de crescimento por meio de fusões e aquisições na América Latina. Damian Mendez assume como CEO da nova unidade Latam Digital Hub, direcionada à identificação e integração de empresas estratégicas na região. Rodrigo Stefanini, antes country manager, passa a liderar como CEO Latam. Com foco em setores como banking, cloud, marketing, varejo, manufatura e cyber, o grupo planeja investir BRL 2 bi até 2027 para ampliar sua atuação no mercado.
- Marcus Thieme, atual diretor financeiro e de RI, assumirá interinamente como CEO da Caramuru Alimentos após a renúncia de Júlio César da Costa. Cristiano Gonçalves Faria substituirá Antônio Ismael Ballan na diretoria de Logística e Porto. Ambos permanecerão no cargo até maio de 2025.
Investment and Banking
- Rubens Henriques, ex-CEO da Itaú Asset, assumirá como head da BTG Asset na América Latina pós a gestora adquirir a Clave Capital.
- Robert van Dijk, ex-presidente da Anbima, assumiu como CEO da de Wealth Management da Reag Investimentos, em movimentação que precede a adquisição da Berkana pela Reag.
- Ricardo Valente e Marcelo Bandeira, ex-sócios de wealth da One Partners, agora ingressam na partnership da Turim, enquanto Bernardo Parnes mantém a operação de banco de investimento. O movimento vem após a Turim anunciar a absorção das operações de multifamily office da gestora.
Agronegócio
Intenções e Estratégias
M&A
- A Miolo, vinícola localizada no Vale dos Vinhedos (RS), iniciou sua internacionalização com a compra da vinícola Renacer, situada em Mendoza, Argentina. A aquisição, cujo valor não foi divulgado, expande a presença da Miolo para cinco regiões produtivas e oferece acesso a novas tecnologias.
- A Syngenta transferiu 18 unidades de sua holding de varejo, Synap, para o grupo gaúcho Olfar, que passará a operar as lojas sob a marca Olfar Agro. A transação envolve unidades da Atua Agro no Rio Grande do Sul e Agrocerrado em Goiás, e segue um modelo de aliança comercial, com a Olfar assumindo responsabilidades operacionais e financeiras.
Consumo
Intenções e Estratégias
- A Azzas 2154 descontinuará as marcas Alme, Dzarm, Reversa e Simples para focar na maximização do retorno aos acionistas. Com isso, o portfólio será reduzido para 30 marcas. As marcas eliminadas representaram BRLm 411 em faturamento bruto até setembro, próximo de 3% da receita total do grupo, que estima BRL 13 bi anuais após a fusão. O processo de otimização deverá ser concluído até fevereiro de 2025.
- Luiz Seabra, um dos fundadores da Natura, anunciou a redução de sua participação na empresa de 14,36% para 4,79%, por meio da doação de ações para sua esposa e filhos. A mudança, que não altera o controle acionário ou a estrutura administrativa da companhia, é vista como uma antecipação de sua sucessão.
M&A
- A Granado, indústria brasileira de cosméticos, adquiriu 100% da Care Natural Beauty, marca premium de beleza limpa. Com a aquisição, o grupo espanhol Puig, que já detém 35% da Granado, se torna sócio indireto da startup digital. A transação foi intermediada por Anna Chaia, conselheira da Care e de outras empresas como Madeira Madeira e Azzas 2154. O valor da operação não foi divulgado.
- Guilherme Aché adquiriu mais 5% das ações ordinárias do Grupo Mateus, ampliando sua participação na rede supermercadista maranhense para 9,98%. O negócio envolveu 110.038.689 ações, e embora os valores exatos não tenham sido divulgados, estima-se que a transação tenha superado BRL 7 bi com base no valor de mercado. A Squadra já havia adquirido 5,1% das ações em 2021, consolidando-se como um dos principais investidores do Grupo.
- A Fresh Express anunciou a compra da McEntire Produce, fortalecendo sua presença no mercado de saladas prontas, avaliado em mais de USD 5 bi anuais nos EUA. O movimento amplia a atuação para a Costa Leste e cria uma nova divisão de Food Service.
- Nelson Tanure aumentou sua participação no GPA para 5,7%, em um momento de baixa das ações, mas não tem realizado novas aquisições recentemente. O maior acionista do GPA segue sendo o grupo francês Casino, com 20,4% das ações, embora não haja mais interesse estratégico dos franceses no Brasil. Fontes indicam que Tanure já manifestou interesse em adquirir a participação do Casino, mas atualmente não há negociações em andamento.
- A Vinci Partners anunciou a aquisição de 55% do O Varejão Autopeças por BRLm 110. A transação avalia a empresa em BRLm 200 e ainda pode incluir co-investidores. Fundada há 38 anos, a varejista opera 16 lojas e fatura cerca de BRLm 200 anuais. A conclusão está sujeita à aprovação do Cade.
- O leilão da falida Cristal Blumenau, realizado em 19/12, concluiu a venda da tradicional marca de cristais por BRL 25 mil para uma empresa carioca do setor. A marca, com registro válido até 2025, foi disputada por duas empresas. Anteriormente, três terrenos da antiga fábrica em Blumenau foram vendidos por BRLm 5,4.
- O CADE aprovou a aquisição de 100% dos Supermercados Irmãos Unidos Ltda. e outras empresas pelo Grupo Pereira S.A., consolidando sua presença em Santa Catarina. A operação inclui uma sobreposição no varejo de autosserviço em Itajaí e integrações verticais em distribuição e transporte. OValores não foram divulgados.
- O Cade autorizou o fundo Arila, de Nelson Tanure, a assumir o controle da rede de supermercados Dia Brasil. A decisão foi publicada em 27 de dezembro. Caso avance, a ideia seria descontinuar a marca Dia e operar com a marca Pão de Açúcar nas unidades.
- A Ambev está em processo de venda de sua marca de sucos Do Bem para a Tial, empresa especializada em bebidas à base de frutas. O acordo já foi assinado e aguarda aprovação do Cade. O valor da transação não foi revelado.
Fundraising
Energia
Intenções e Estratégias
- A Brava Energia iniciou um plano de desinvestimento para levantar capital e liberar fluxo de caixa. O Itaú BBA está negociando a venda de todos os ativos onshore da companhia, com valor estimado de até USD 1,9 bi. A empresa já assinou um contrato de exclusividade para a venda de ativos no Rio Grande do Norte, envolvendo a Azevedo e Travassos e a Petro-Victory Energy. O objetivo é oferecer retorno rápido aos investidores, com foco em dividendos.
- A Brava Energia firmou exclusividade com Azevedo & Travassos e Petro-Victory Energy para a possível venda de 11 concessões de óleo e gás no Rio Grande do Norte. Localizadas na Bacia Potiguar, as áreas incluem o Polo Porto Carão, com quatro campos produtores próximos a Guamaré, e o Polo Barrinha, com nove campos perto de Mossoró. A produção média entre janeiro e novembro foi de 250 barris de óleo equivalente por dia. A negociação destaca o interesse em ativos estratégicos na região.
- A Equatorial Energia anunciou a incorporação de sua subsidiária Equatorial Participações e Investimentos IV, tornando-se diretamente acionista da Sabesp. Após a desestatização da Sabesp, em julho de 2024, a Equatorial adquiriu 15% do capital social da companhia, com a compra de 102.526.480 ações, consolidando-se como acionista de referência.
- A Brava Energia anunciou estar negociando mandato com dois bancos para assessoria em potenciais parcerias ou venda de ativos, conforme orientação do conselho de administração. Um dos bancos apresentou um teaser sobre os ativos onshore da companhia e agendou o recebimento de propostas para 9 de janeiro de 2025. Apesar disso, a empresa destacou que não há acordos firmados no momento, exceto a exclusividade com a PetroReconcavo para negociar 11 concessões de óleo e gás e infraestrutura de midstream no Rio Grande do Norte.
- A Brava Energia prorrogou para 9 de janeiro o prazo de recebimento de propostas por seus ativos onshore, inicialmente previsto para 20 de dezembro. A mudança atende a pedidos de interessados que buscam evitar o recesso de fim de ano. Segundo apuração do Pipeline, cinco players permanecem na disputa: Eneva, Pluspetrol, PetroReconcavo, Origem e uma estrangeira de menor porte.
M&A
- A Copel e a Eletrobras firmaram um acordo para realizar um swap de ativos entre suas subsidiárias. A Eletrobras receberá a participação integral da Copel na usina Colíder, em troca de BRLm 365, enquanto a Copel ficará com a fatia de 49% da Eletrobras na usina Mauá e 49,9% na transmissora Mata de Santa Genebra.
- A GBZ Energia, fundada por Marcelo Giufrida, Marcelo Bernardini e Alexandre Zamith, adquiriu uma usina solar em Itaqui, RS, por BRLm 30. A planta tem 6,7 MWp de capacidade e contratos de venda por 15 anos. Com outras cinco usinas em operação, a GBZ visa atingir 100 MWp em três anos, com investimentos de BRLm 500.
- O Grupo Anaconda adquiriu 8% de participação nas usinas solares Hélio Valgas III e IV, localizadas em Minas Gerais e controladas pela Comerc. As plantas, com capacidade de 100 MW, já estão em operação. A transação, aprovada pelo CADE, também inclui um contrato de compra de energia elétrica incentivada, garantindo benefícios à Anaconda. Antes da operação, o controle das usinas era das empresas Liasa e Hélio Valgas Solar Participações. Valores não foram divulgados.
- A Scatec adquiriu usinas eólicas e solares localizadas em São Gabriel, Bahia, da Voltalia. Os empreendimentos ainda não estão em operação e não foram divulgados detalhes sobre valores e capacidade instalada. A aquisição foi aprovada pelo CADE.
- A Raízen anunciou a venda de até 31 projetos de usinas solares distribuídas (UFVs) para a Brasol Sistemas de Energia Solar 18 Ltda., com valor bruto estimado em BRLm 475. A transação será realizada conforme os projetos forem desenvolvidos e transferidos entre 2025 e 2027. Além disso, a Raízen ajustou sua participação na Raízen Paraguay S.A., reduzindo-a de 50% para até 27,4%, o que resultará em economia de até USDm 54 até 2026. A operação foi aprovada pelo CADE.
- O Cade aprovou a aquisição de 70% da Luiz Gonzaga Holding, responsável pelo projeto solar de 114 MWp em Terra Nova, Pernambuco, pela Pacific Hydro, do grupo SPIC.
- A EDP Brasil firmou contrato para a venda de 90% da EDP Transmissão Aliança SC (Lote 21) para um fundo da Actis por BRL 2,37 bi. A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) detém os outros 10% do ativo.
- A Orizon firmou uma joint venture com a Gás Verde para quadruplicar sua produção de biometano, utilizando resíduos urbanos dos aterros sanitários de São Gonçalo e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
- A Quantum Participações, do grupo Brookfield, comprou 100% da Chimarrão, no RS, consolidando sua posição como acionista única. A concessionária, com 1.135 km de extensão e oito subestações, gera BRLm 290 anuais de receita e foi adquirida inicialmente em 2018 como parte do lote 10 do leilão da Aneel.
- O fundo de private equity Actis comprou a Vineyards Transmissora e a Água Vermelha Transmissora (AVT), pertencentes a fundos geridos pela Vinci Compass, por quase BRLm 700, considerando equity e dívida. A Vineyards, com 112 km de linhas no RS, foi vendida por BRLm 192 (equity), reduzindo a alavancagem do fundo VIGT11 de 5,6x para 3,8x Ebitda. A transação ocorre em meio à reprecificação de fundos de infraestrutura, reflexo do ciclo de juros, e reforça a estratégia da Vinci de desalavancagem.
- A Brava Energia finalizou a compra de 23% dos campos de Abalone, Ostra e Argonauta, na Bacia de Campos, por USDm 150. A transação, anunciada em dezembro de 2023, foi aprovada pela ANP. O pagamento inclui USDm 15 já quitados na assinatura, USD 430 pagos hoje e duas parcelas de USDm 30 previstas para 12 e 24 meses após a conclusão.
Fundraising
- A Ferrari Agroindústria anunciou a emissão de BRLm 100 em debêntures para financiar parte de um plano de investimento de BRLm 177 até 2029. Os recursos serão aplicados na modernização de sua usina, com foco na produção de etanol, açúcar e bioenergia.
- A International Finance Corporation, braço do Banco Mundial, investirá USDm 20 no fundo de direitos creditórios da Sol Agora, primeiro acordo do tipo no Brasil. O recurso será destinado ao financiamento da instalação de placas solares e baterias para pessoas físicas e pequenas e médias empresas.
FIG
Intenções e Estratégias
- A Bradesco Seguros, por meio de seu presidente Ivan Gontijo, manifestou interesse em avaliar oportunidades de crescimento, incluindo a formação de novas joint ventures e aquisições. A empresa está aberta a explorar negócios em todos os segmentos em que atua, especialmente considerando parcerias com insurtechs que possam agregar valor a nichos específicos dentro do grupo.
- A BlueLine Asset Management decidiu encerrar suas atividades após cinco anos de operação. Com sede em São Paulo, a gestora possuía cerca de BRLm 300 sob gestão até outubro de 2024. A decisão, tomada após uma análise dos desafios enfrentados no cenário econômico atual, reflete uma onda de resgates em fundos multimercado, que registraram saídas de BRL 324,2 bi até novembro, de acordo com a Anbima. A liquidação dos fundos será formalizada em assembleia de cotistas no início de 2025.
- O Apex Group adquiriu a chilena Finix Group, que possui USD 11 bi sob gestão. Planeja entrar no México em 2024 para atender EUA e Canadá, enquanto mantém o Brasil como foco principal, com BRL 635 bi em ativos administrados. A empresa busca dobrar seus ativos regionais em três anos, priorizando fusões e expansão orgânica.
- O Nubank liderou um aporte de USDm 150 (cerca de BRLm 900) no Tyme Group, banco digital que opera na África do Sul e Filipinas, em rodada Série D de USDm 250. Agora, o Nubank é sócio minoritário da fintech, que cresceu 75% em 2023, alcançando 15 milhões de clientes.
- BTG Pactual, Santander, XP e Banco Safra estão em negociações pela unidade do Julius Baer no Brasil, avaliada em até BRL 1 bi, com BRL 70 bi sob gestão. A transação pode ser uma venda total ou parceria, com conclusão prevista para janeiro de 2025. Bradesco, Itaú e UBS estão fora das tratativas, enquanto o Goldman Sachs assessora o processo.
- O Banco Daycoval finalizou a compra da BMG Seguros, após aprovações do Banco Central, Susep e Cade. Anunciada em setembro de 2024, a transação teve valor não divulgado.
M&A
- O BTG Pactual adquiriu 100% da Clave Capital, gestora com BRL 6 bi em ativos. Fundada em 2021, a Clave será integrada ao BTG Asset, que soma BRL 920 bi sob gestão.
- A Reag Investimentos anunciou a compra da Berkana Investimentos e da Hieron Patrimônio Familiar, reforçando sua presença em wealth management.
- A Turim fechou acordo para absorver a operação de multifamily office da One Partners. A transação, sem desembolso financeiro, adiciona nove profissionais ao time da Turim, ampliando a base de clientes e fortalecendo a escala operacional. Cerca de 50% dos ativos geridos estão alocados em investimentos offshore, alinhados à estratégia de diversificação global.
- A Pottencial Seguradora adquiriu a carteira de seguros garantia da Seguros Sura, com aprovação do Cade sem restrições. A operação reforça a posição da Pottencial no mercado de seguros não vida e integra sua estratégia de expansão. Já a Sura, parte do Grupo Sura, ajusta seu portfólio para focar em novos segmentos. O Cade destacou baixa sobreposição no mercado e ausência de preocupações concorrenciais.
- A Alper Seguros anunciou a aquisição da De Caprio Corretora de Seguros, especializada em transportes de cargas, com atuação em polos estratégicos como Santos (SP), Itajaí (SC) e Belo Horizonte (MG). Essa é a 5ª aquisição da Alper no setor em 2024, consolidando sua estratégia de liderança e inaugurando sua 26ª filial.
- A Serasa anunciou a compra de 3,4% da CERC, plataforma de registro de ativos financeiros, com planos de aumentar sua fatia para mais de 9% por meio de emissão de novas ações.
- A XP Investimentos deu início a seus negócios de 2025 com a compra de participação minoritária na Center Investimentos.
Fundraising
- A Creditas captou USDm 60 na Nasdaq de Estocolmo, com uma taxa de 10,5% ao ano e vencimento em 2028, superando a operação de USDm 40 do ano passado. A fintech também recomprou parcialmente seu bond de 2023, pagando 106% do valor nominal. A Pareto Securities atuou como bookrunner única, com assessoria jurídica da White & Case e Gernandt & Danielsson. A operação foi preferida em relação a uma oferta de equity, evitando diluição dos acionistas.
- A Oryx Capital, gestora brasileira especializada em investimentos internacionais, recebeu USDm 19 da Nebula Ventures para expandir o acesso ao mercado global de ETFs. A empresa lançará mais ETFs internacionais e fortalecerá sua área de Wealth Management.
Industria
Intenções e Estratégias
- A família Negrão, controladora da Aeris, recebeu uma oferta não vinculante da chinesa Sinoma Blade para adquirir o controle da fabricante de pás eólicas. A proposta sugere uma avaliação com prêmio significativo sobre o valor de mercado da companhia, atualmente em BRLm 312. No entanto, os controladores estão inclinados a rejeitar a oferta, que é válida até janeiro.
- Beto Abreu, presidente da Suzano, afirmou que a empresa não deverá realizar grandes aquisições nos próximos anos, mas continuará avaliando o mercado para possíveis transações que tragam escala. Em 2024, a Suzano adquiriu 15% da austríaca Lenzing por BRL 1,3 bi e duas fábricas da Pactiv Evergreen nos EUA por USDm 110. A companhia também traçou metas de crescimento, incluindo aumentar sua autossuficiência em madeira e reduzir custos no Projeto Cerrado, com previsões de economia significativa até 2032.
- A Samarco planeja investir mais de USD 1 bi para retomar sua produção total de minério de ferro até 2028. O investimento inclui o fechamento da barragem de Germano até 2026 e melhorias na eficiência operacional. Apesar de desafios com preços e demanda, a empresa mantém seu compromisso com o acordo de BRL 170 bi firmado com o governo brasileiro.
M&A
- A Huaxin Cement adquiriu a Embu por USDm 186 (aproximadamente BRL 1 bi). A Embu opera quatro pedreiras na região metropolitana de São Paulo, produzindo pedra britada e areia para a construção civil.
- A Dexco finalizou a venda de sua operação de industrialização e comercialização de torneiras e chuveiros elétricos, a Dexco Hydra Corona Sistemas de Aquecimento de Água, para a Zagonel. O valor da transação não foi revelado. A companhia também informou que, dentro de sua estratégia de sustentabilidade para 2025, descontinuou a meta de reúso interno de materiais plásticos, anteriormente direcionada ao negócio de torneiras e chuveiros elétricos.
- A BRF adquiriu metade do capital da Gelprime, empresa especializada em gelatina e colágeno, por BRLm 312,5. A operação, sujeita à aprovação regulatória, prevê sinergias com a BRF Ingredients, fornecedora de insumos para o setor.
- A gigante americana Henry Schein adquiriu o controle da brasileira CA Clear Aligner, especializada em alinhadores dentais transparentes. Avaliada em USD 8,5 bi na Nasdaq, a Henry Schein busca ampliar sua presença no promissor mercado ortodôntico brasileiro, projetado para movimentar BRL 1,5 bi em 2024.
- A Dexco, antiga Duratex, anunciou a venda de participação em subsidiária que controla cerca de 8 mil hectares de florestas à Timber Investment Management Organization, por BRLm 200.
- O Grupo Usiquímica anunciou a aquisição das operações da YPF Brasil, incluindo a produção e comercialização de lubrificantes YPF no Brasil. O acordo envolve um contrato de licenciamento das marcas de lubrificantes da YPF, com produção na unidade de Diadema, SP. A YPF Brasil, controlada pela argentina YPF S.A., detém 2% de participação no mercado de lubrificantes brasileiro. Os valores da transação não foram divulgados.
- A La Mancha Investments adquiriu 17,1% das ações ordinárias da Belo Sun Mining, tornando-se sua maior acionista. A transação inclui a compra de 15% das ações da Sun Valley Gold e uma subscrição privada de novas ações, resultando em um aporte de C$ 1,16 milhão.
Real Estate
Intenções e Estratégias
- A Direcional celebrou um memorando para vender entre 7,55% e 15% de sua participação na Riva para a gestora Riza, com valor de transação de BRLm 200 a BRLm 397,5. O pagamento será feito em duas parcelas, com a primeira até abril de 2025.
- A Rio Bravo planeja exercer seu direito de preferência para adquirir parte dos 50,1% do Shopping Pátio Higienópolis vendidos pela Brookfield por BRL 2,6 bi. A gestora pode captar até BRLm 702,8 via FII SHPH11, dobrando sua participação de 25,7% no ativo. A transação é liderada pelo Iguatemi, que aumentará sua fatia para 24% e também investirá no Pátio Paulista.
M&A
- O Grupo São Vicente adquiriu quatro lojas do Grupo Peralta Supermercados, com intermediação da VAREJOCONNECT, especializada em fusões e aquisições no setor supermercadista. O CADE aprovou a operação sem restrições, conforme o Despacho SG Nº 1354/2024. As lojas envolvidas estão localizadas em Jundiaí, Itu e Santana de Parnaíba (SP).
- A Even concluiu a venda de um imóvel em Pinheiros, em São Paulo, onde será instalado um hotel de luxo da bandeira Faena. A transação, cuja identidade do comprador e o valor serão mantidos em sigilo, marca a segunda operação da incorporadora no setor hoteleiro de luxo, após a venda do Fasano Itaim por BRLm 280. A empresa anunciará o negócio na terça-feira.
- O Carrefour vendeu 11 unidades da rede Nacional ao grupo gaúcho Osmar Nicolini, em transação avaliada em menos de BRLm 50, segundo o Valor. O movimento integra a estratégia de desinvestimento no Sul e no Nordeste, onde planeja vender todas as 64 lojas das marcas Nacional e Bompreço até a Q1 25, por cerca de BRLm 400. As unidades fazem parte do portfólio adquirido na compra do Grupo Big, em 2021.
- A Iguatemi, com apoio de um consórcio incluindo BB Asset, XP Asset e BTG, comprou participações nos shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista da Brookfield por BRL 2,6 bi. A transação amplia sua presença em São Paulo e inclui um cap rate estimado de 7,4% sobre o NOI de 2025. A conclusão depende de aprovações regulatórias e de coproprietários.
- A Iguatemi anunciou a venda de uma fração do terreno do Shopping Market Place para a JFL Living, visando a construção de uma torre residencial para renda. A transação rendeu BRLm 34,1 líquidos, contabilizados no 4T24.
- A Ekata, gestora de ativos imobiliários, anunciou a venda de 25% do Shopping Jaraguá Araraquara, no interior de São Paulo, à Hedge Investimentos por BRLm 63. Com a transação, as vendas estratégicas da Ekata em 2024 alcançaram BRLm 300, reforçando a estratégia de liquidez liderada pelos fundadores Rodrigo Quércia, Yuri Kibel e Eduardo Machado.
- O Grupo Mateus fechou a compra de 51% do Novo Atacarejo por BRLm 378,5, a serem pagos em três parcelas anuais. A transação envolve a transferência de lojas e centros de distribuição em PE, PB e AL, excluindo os negócios de eletrodomésticos. A operação ainda depende da aprovação do Cade.
- A Rio Bravo Investimentos, por meio do fundo imobiliário SHPH11, assinou um memorando de entendimentos com a Brookfield e o Iguatemi para adquirir participação adicional no Shopping Pátio Higienópolis. O valor de BRLm 616,8 será pago em três parcelas, sendo 70% à vista e o saldo em duas anuais, com correção pelo CDI. A transação avalia o ativo em BRL 2,4 bi e permitirá ao fundo, que passará a controlar o shopping com 51,4% de participação, maior autonomia na gestão do empreendimento. A conclusão está condicionada à captação de recursos via oferta pública coordenada pela XP Investimentos.
- A Coopavel comprou o Moinho Dona Alda, com capacidade de moagem de 90 mil toneladas/ano, localizado em Bom Sucesso do Sul (PR). A aquisição inclui o armazém de grãos da família Munaretto. Valores da transação não foram divulgados.
- A Maquim adquiriu o prédio do tradicional Hotel San Marco, no centro da cidade. Em vez de demolição, o local passará por um retrofit, preservando sua arquitetura original, para abrigar a nova sede da empresa.
- O Grupo Nova Era anunciou a aquisição de 5 unidades do Supermercado Atack de Manaus, tornando-se a maior empresa de atacarejo da região Norte, com um total de 40 unidades. A transação será concluída em fevereiro de 2025, com as lojas do Atack passando a se chamar Nova Era. A fase de transição será coordenada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) até o final do processo.
- A Auxiliadora Predial anunciou a aquisição da Da Cás Imóveis. A Da Cás se tornará uma franquia da Auxiliadora. A transação combina mais de BRL 2,4 bi em Valor Geral de Vendas (VGV) entre as duas.
- O FII Genial Malls firmou acordo para adquirir 45% do Rio Anil Shopping, localizado em São Luís (MA), com valor da transação estimado em BRLm 172. A Allos continuará responsável pela administração do shopping. Após a compra, a Allos representará cerca de 30% do NOI do fundo para 2025. A transação será financiada com 70% de recursos captados em uma nova emissão de cotas e o restante com um CRI.
- O Grupo Centerbox deu um passo importante em sua expansão no Ceará, adquirindo seis unidades do Ismael Supermercados. A transição das lojas ocorrerá gradualmente, com conclusão prevista até janeiro de 2025.
- A FUNCEF concluiu a venda do Vila Galé Eco Resort do Cabo (PE) à operadora Villa Galé por BRLm 62, exercendo direito de preferência. O valor supera em 13,25% a avaliação de mercado, alinhado ao plano estratégico de otimização de ativos imobiliários. Segundo Gustavo Portela, diretor de Investimentos, a transação reforça o compromisso com a sustentabilidade dos planos da Fundação. A decisão foi embasada por análises técnicas, visando os melhores interesses dos participantes, destacou Edevaldo Gaudencio, gerente de Investimentos Imobiliários.
- A JHSF Participações vendeu sua fatia de 18% no Shopping Ponta Negra, em Manaus (AM), por BRLm 82, encerrando sua participação no ativo. A transação faz parte da estratégia de reciclagem de capital e foco em projetos de alta renda, como o Catarina Fashion Outlet e o Shops Faria Lima.
- O imóvel inacabado do antigo Hotel Maksoud, em Bauru (SP), foi adquirido pelo fundo Rescue Créditos Estressados S.A. por BRLm 10,3. O terreno, inativo há 30 anos, pertencia ao Grupo Maksoud, em recuperação judicial desde 2020. A transação ilustra o mercado de ativos estressados, onde fundos compram ativos depreciados com potencial de reestruturação. No Brasil, mudanças legais recentes, como a Lei nº 14.112/2020, ampliaram a atratividade desse segmento, impulsionando reestruturações econômicas e promovendo revitalizações locais.
Fundraising
Saúde
Intenções e Estratégias
- A Sanofi iniciou o processo de venda da Medley, com início formal previsto para 2025, envolvendo valores entre USD 1 bi e USD 1,5 bi. EMS, Neo Química, Aché e Eurofarma surgem como principais interessados, enquanto estrangeiras e fundos financeiros têm menor probabilidade de participar. A Medley, adquirida em 2009 por BRL 1,5 bi, registra Ebitda anual de BRLm 400. A Lazard assessora a transação.
- A Eurofarma superou a Sanofi, assumindo a liderança em vendas no canal farmácia na América Latina, segundo o IQVIA. Com um crescimento de 13,21% entre janeiro e setembro, a empresa atingiu 3,78% de market share regional, superando o crescimento do mercado, que foi de 12,46%. A conquista reflete sua estratégia de aquisições, como a Genfar, e diversificação geográfica, com destaque para Bolívia, Paraguai e Peru.
M&A
- A Constellation Software Inc. concluiu a aquisição da Matrix Sistemas e Serviços Ltda. A transação, a primeira da Perseus Operating Group no país, visa expandir sua presença no setor de saúde.
- O Hospital de Clínicas de Passo Fundo adquiriu o Hospital Prontoclínica por BRLm 52, com transição programada para fevereiro de 2025. A compra inclui a operação do plano de saúde e o serviço de análises clínicas. A fusão, que integrará 300 funcionários da Prontoclínica ao HCPF, visa expandir os serviços da instituição e fortalecer a atuação no setor de saúde suplementar.
- Após uma oferta hostil de 20% pela Hypera em outubro, a EMS adquiriu 6,02% da farmacêutica por meio de um fundo de investimentos, elevando sua participação para pouco mais de 11%. A proposta inicial, de BRL 30 por ação, foi rejeitada por ser considerada abaixo do valor real da empresa. Uma eventual fusão criaria uma gigante do setor, com receita anual de BRL 15,9 bi.
- A Unimed-Rio concluiu a venda de seus 50% na Domus, empresa de “home care” focada em beneficiários da Unimed Ferj. A transação transfere o controle total para o Grupo Salinas, já proprietário da outra metade.
- A WTN Capital elevou sua fatia na Biomm para 25,20% do capital total, passando a deter 31.965.920 ações ordinárias. Segundo comunicado da gestora, a aquisição foi realizada por meio de seus fundos e carteiras, sem acordos que regulem o exercício de votos ou a negociação de valores mobiliários.
- A Amil anunciou a aquisição da carteira de planos odontológicos da Zurich Santander Brasil. As empresas mantinham um acordo de gestão compartilhada desde 2020, oferecendo aos beneficiários da Zurich acesso à rede credenciada da Amil. Com a transação, a Zurich deixa de operar no segmento odontológico no Brasil, enquanto a Amil garante manter as condições dos contratos com os atuais beneficiários.
Fundraising
- A Prudential Financial investiu BRLm 200 na startup de wellness Fully Ecosystem, que deve alocar os recursos em expansão para América Latina.
- A Sami anunciou uma captação de BRLm 60 em equity e dívida, liderada pelo Mundi Ventures e StoneX.
- A Adeste integrou uma rodada de investimento de USDm 10 na Nintx, contando com participação de investidores como Fundo Pitanga e Guilherme Leal (Natura).
- A Azidus levantou BRLm 12 em sua primeira rodada de capital com a GreenRock. Fundada em 1999, a Azidus atende grandes farmacêuticas como AstraZeneca e GSK. O investimento visa fortalecer a governança e expandir a empresa, aproveitando a aprovação da Lei da Pesquisa Clínica, que acelera processos regulatórios no Brasil.
- A Carecode recebeu USDm 4,3 em investimento pré-seed liderado por Andreessen Horowitz e QED Investors, com a participação de investidores-anjos como David Vélez (Nubank) e outros.
Serviços
Intenções e Estratégias
M&A
- A Exame anunciou a aquisição da Saint Paul, escola de negócios com 22 anos de mercado. José Cláudio Securato, fundador da Saint Paul, assumirá como CEO da Exame Educação.
- A GetNinjas será dividida em três. Os acionistas da companhia aprovaram uma nova reorganização societária, que deve levar parte do acervo da empresa a ser incorporado pela Reeve. O movimento parecede outra cisão, anunciada em julho de 2024, quando parte do GetNinja foi incorporado pela Reag Trust.
- A CSN fez uma proposta de BRLm 742,5 para adquirir 70% da Estrela Comércio e Participações, controladora da Tora Transportes, um dos maiores operadores logísticos do Brasil. A proposta é vinculante, com exclusividade para a CSN na negociação, e depende de autorizações regulatórias. O pagamento será feito em duas etapas: BRLm 300 na conclusão da operação e o restante em três parcelas anuais.
- A Zattar Seguros firmou uma joint venture estratégica com a Galamba Consultoria para expandir a oferta de seguros de transporte e gerenciamento de riscos na região Nordeste.
- A Voke anunciou a aquisição da Convex. O valor da transação não foi divulgado.
- A Natrio anunciou a aquisição da Gotaquímica, fortalecendo sua atuação no mercado químico brasileiro. As empresas operarão de forma independente, integrando expertise logística e suporte internacional. A expansão inclui instalações em Guarulhos (SP), estratégico para distribuição.
- A Brasil TecPar adquiriu 56,38% da Sempre Internet por BRLm 256,5. O enterprise value do negócio é de BRLm 500. A transação ainda aguarda aprovações regulatórias, incluindo Cade e Anatel.
- A Afya adquiriu a Faculdade Única de Contagem (Funic), em MG, por BRLm 100, expandindo seu portfólio para 3.653 vagas em Medicina. A Funic, pré-operacional, pode atingir 432 alunos e BRLm 52,4 em receitas até 2030. O pagamento inclui BRLm 60 à vista e parcelas condicionais por novas vagas aprovadas.
- A Prosus anunciou a aquisição da Decolar por USD 1,7 bi, oferecendo um prêmio de 33% sobre o preço das ações em 20/12. O fechamento está previsto para o 2T25, sujeito a aprovações regulatórias.
- O CADE aprovou sem restrições a aquisição da Faculdade Masterclass Ltda. pela Afya Participações S.A., subsidiária da Afya Limited, controlada pela Bertelsmann SE & Co. KGaA. A Faculdade Masterclass, antes vinculada ao Grupo Prominas, é uma instituição recém-criada para oferecer graduação em Medicina em Contagem (MG).
- A Oi firmou contrato com a IHS Brasil para a venda de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), composta por imóveis e torres. O pagamento será realizado com créditos do credor no modelo “Take or Pay”. A transação aguarda o cumprimento de condições previstas no contrato, como informado à CVM.
- A Allwyn adquiriu 51% da Logflex MT Holding Limited por EURm 217. A operação, prevista para o 2º semestre deQ2 25, ainda depende de aprovações regulatórias. A transação pode incluir até EURm 110 adicionais, condicionados ao desempenho futuro.
Fundraising
- A Speak levantou USDm 78 em uma rodada Série C, elevando seu valuation para USD 1 bi. A rodada foi liderada pela Accel, com participação de investidores como OpenAI, Khosla Ventures e Y Combinator.
- A Azul anunciou a troca de notas sêniores com vencimentos entre 2028 e 2030 e a emissão de até USDm 500 em notas superprioritárias para reforçar o caixa. Parte das dívidas será convertida em ações preferenciais, eliminando cláusulas restritivas. A conclusão está prevista para abril de 2025, enquanto ações acumulam queda de 72% no ano.
TMT
Intenções e Estratégias
- A Positivo anunciou o lançamento da marca Positivo S+, que integra as operações da Algar Tech MSP e Positivo Tech Services, após a aquisição da unidade de serviços de TI do Grupo Algar. A previsão é que os serviços de TI representem 18% da receita da empresa em 2025, contra 8% em 2024, com mais de 6 mil especialistas na equipe. A Positivo S+ visa aumentar a recorrência de receitas e a previsibilidade, com expectativas de crescimento de 10% para 2025.
- A espanhola PayRetailers obteve aprovação do Cade e do Banco Central para adquirir a fintech brasileira Transfeera, finalizando a transação anunciada em maio. A compra faz parte da estratégia de expansão da empresa no Brasil, com a Transfeera proporcionando acesso direto ao Pix.
- A Oi recebeu uma proposta vinculante da Mileto Tecnologia Ltda, liderada por Renato Svirsky, para adquirir a base de clientes de DTH e IPTV, equipamentos e ativos relacionados à operação de TV por assinatura. A Oi concedeu exclusividade temporária para negociação, prevendo um processo competitivo posterior.
M&A
- A Cohesity concluiu a integração do negócio de proteção de dados corporativos da Veritas, ampliando seu portfólio e alcançando mais de 12.000 clientes, incluindo grandes empresas como 85% da Fortune 100. A empresa registrou um faturamento superior a USD 1,7 bi no ano fiscal encerrado em julho de 2024.
- A Avalara adquiriu a Oobj Tecnologia da Informação Ltda, especialista em software de documentos eletrônicos, com sede no Brasil. A Oobj continuará oferecendo seus produtos de forma independente, mas será integrada à plataforma “Avalara E-Invoicing and Live Reporting”, oferecendo aos clientes uma API global.
- A multinacional italiana de tecnologia Zucchetti anunciou a aquisição da AppBarber por BRLm 25. A transação, assessorada pela Questum, marca a 9ª aquisição da Zucchetti no Brasil, totalizando BRLm 500 investidos em M&As no país.
- A TOTVS Oeste adquiriu a paraguaia Sys&Con S.A., fortalecendo sua presença internacional. A Sys&Con, que já atuava como distribuidora homologada da TOTVS no Paraguai, será integrada à operação local, proporcionando suporte mais eficiente e padronizado aos clientes.
- A Skydropx concluiu a aquisição da Frenet, operação anteriormente pertencente à Sequoia, em uma transação de BRLm 31,5. Com a compra, a empresa mexicana expande sua presença na América Latina e mantém a marca Frenet no Brasil.
- A VBET anunciou a aquisição do negócio brasileiro da GROWE, marcando um passo estratégico em sua expansão na América Latina. A partir de dezembro de 2024, os clientes da Paramatch serão migrados para a plataforma da VBET, que assumirá as operações no Brasil sob sua própria identidade.
- A Mouts TI adquiriu a Custom IT para diversificar sua atuação com soluções tecnológicas para agronegócio, logística e saúde. A aquisição marca a entrada da empresa em novos segmentos, ampliando seu impacto no mercado de tecnologia.
- A Oi, em recuperação judicial, informou que a Anatel aprovou a venda da UPI ClientCo, unidade de clientes de fibra óptica, para a V.tal – Rede Neutra de Telecomunicações. A transação, já autorizada pelo Cade na semana anterior, é considerada essencial para a viabilidade operacional e a superação da crise econômico-financeira da empresa. A venda marca mais um passo no processo de reestruturação da Oi, visando assegurar a continuidade de suas operações.
- A Progic anunciou a aquisição da Simplifica.CI em um movimento que promete ampliar sua base de clientes em 30%. A fusão integra soluções como TV corporativa, newsletters e aplicativos móveis em uma plataforma única. Co-fundadores da Simplifica.CI assumirão posições estratégicas na Progic, reforçando pesquisa e vendas.
- A Malga adquiriu a Drip. Com a incorporação, a Malga passa a oferecer um método de pagamento proprietário, diversificando seu portfólio no universo B2B.
- O Grupo RIC anunciou a aquisição do Grupo Banda B, reforçando sua plataforma de comunicação multimídia. O valor da transação não foi divulgado.
- A Globo anunciou a compra do controle da Eletromidia com 74,01% das ações. A operação, aprovada pelo Cade, foi finalizada por BRL 1,7 bi após a aquisição de 47,09% da participação do fundo Vesuvius LBO.
- O conselho da Marcopolo aprovou a aquisição de 40% da chilena Reborn Electric Motors por USDm 4.
- Após dois anos de análise, o Banco Central aprovou a aquisição da corretora Sim;paul pela Binance,. Agora regulada localmente, a Binance terá acesso direto ao sistema financeiro, incluindo transferências bancárias e via Pix, eliminando intermediários como a Latam Gateway.
- A Lecom Tecnologia adquiriu a Yank Solutions. A integração potencializa soluções completas de hiperautomação, unindo o Yank Studio a ofertas como a Roberty Automation.
Fundraising
- A Schmersal investiu BRLm 5,5 na startup brasileira Stepps. O aporte visa integrar tecnologias avançadas ao portfólio global da empresa, ampliando a presença da Stepps em novos mercados.
- O Natura Ventures investiu na startup carioca Abbiamo, especializada no controle digital de processos logísticos. O fundo, gerido pela VOX Capital, planeja até três aportes anuais, entre BRLm 2 e BRLm 10. A operação expande a presença da Natura no digital, conecta consultoras à logística e reforça compromissos ambientais com menor pegada de carbono.
- A Stoa, concluiu sua primeira rodada de investimento, levantando BRLm 2 por meio da EqSeed. A operação contou com a participação de 127 investidores.
- A Speak se tornou unicórnio após captar USDm 78 em rodada Série C, elevando sua avaliação para USD 1 bi.
- A startup Minus Sugar recebeu USDm 2,5 em aporte liderado pelo BR Angels. O capital será investido em pesquisa e desenvolvimento.
- A Conta Comigo Digital (CCD) arrecadou BRLm 3,25 em uma rodada seed liderada pela Urca Angels. O aporte será usado para expandir a equipe, investir em tecnologia e fortalecer operações comerciais.
- A Alloy recebeu um aporte de BRLm 1 do Comunitá, fundo CVC formado por cooperativas Sicredi e Ventiur Smart Capital. O investimento impulsionará gestão interna e eficiência tecnológica, além de integrar a startup ao programa de aceleração do Comunitá, que busca fortalecer o cooperativismo de crédito.
- O Agibank recebeu BRLm 400 em um aporte do fundo Lumina Capital Management, liderado por Daniel Goldberg, e foi avaliado em BRL 9,3 bi. Como parte do acordo, Goldberg integra o conselho de administração da fintech.
- A Rhino, app de transporte com carros blindados, captou BRLm 10 da 4Equity Media Ventures, ampliando sua exposição em mídia e marketing. A startup, que já tinha arrecadado BRLm 19 em novembro, cresce 40% ao mês organicamente, com 50 mil usuários diários. Operando em regiões nobres de São Paulo, planeja expansão ao Rio até o fim de 2025, onde já possui 30 mil inscritos na lista de espera. A Rhino mira públicos premium com tarifas até 100% superiores ao Uber Black.
Recursos Naturais
Intenções e Estratégias
- A Petrobras rescindiu o contrato de venda dos campos de Uruguá e Tambaú para a Brava Energia (anteriormente Enauta), devido à não conclusão da aquisição do FPSO Cidade de Santos pela Enauta. A transação, acordada em dezembro do ano passado por USDm 35, foi cancelada após a decisão da empresa em julho de 2024. A Petrobras reterá o depósito de USDm 3 pago pela Enauta em 2023 e manterá 100% da participação nos campos, avaliando alternativas para a gestão dos ativos.
- A Sonoran Desert Copper Corporation firmou uma Carta de Intenções para adquirir 100% do Projeto Bahia Cromita, localizado na região norte da Bahia. O projeto está sendo adquirido da Beko Invest Ltd., com base em um relatório de pesquisa aprovado pela ANM. A SDCU pagará USDm 1,3 ao fornecedor em parcelas, com o objetivo de avançar para a produção piloto e validar os recursos do projeto.