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M&A Community no Brasil – Ed. #72

Brazil 68 min read
Author
Luca Rossi

Boa tarde, bem vindos à nossa nova edição!

O coração do mercado financeiro palpitou durante essa última quinzena. Enquanto startups enfrentam ventos contrários e investidores se mostram cautelosos, algumas empresas aproveitam a maré para navegar rumo à expansão.

Nessa quinzena, o HS Group tomou a vanguarda e adquiriu a Servman Manutenção Industrial em uma transação e plano de investimento de BRLm 40. Concluída em cerca de seis meses, a aquisição reflete o aquecimento da indústria brasileira e o apetite por M&A do setor. Agora, o HS Group amplia sua presença no mercado industrial e planeja investimentos significativos nos próximos dois anos, abrindo portas para novos negócios e parcerias estratégicas.

Enquanto isso, no setor de energia, a AES e Auren avançam em sua fusão, prestes a criar a terceira maior geradora de energia do Brasil. Raízen também se movimentou estrategicamente, nomeando um novo CEO, trazendo experiência operacional para fortalecer a eficiência e impulsionar o crescimento da gigante de bioenergia.

Em outro desenvolvimento significativo, a Azul deu um passo crucial em sua recuperação judicial ao assegurar um acordo para levantar USDm 500 em nova dívida sênior, proporcionando um alívio financeiro significativo e melhorando o fluxo de caixa nos próximos 18 meses.

Paralelamente, mesmo com a queda nos aportes em startups no 3T24, setores como fintech continuam a brilhar. A Neon captou USDm 36,3 em uma rodada Série E, reforçando o interesse por soluções financeiras inovadoras. No agronegócio, a Agrolend atraiu BRLm 300 em investimentos, mostrando que a união entre tecnologia e campo mantém seu vigor.

Nesta edição, mergulhamos nessas e outras histórias que estão moldando o cenário econômico, explorando as oportunidades que emergem mesmo em tempos desafiadores.

Boa leitura!

Deal Tracker

Type Industry Target Buyer Seller
01

Takeover

Agronegócio

Salto Botelho Agroenergia

Zilor

Private Shareholders

02

Asset Acquisition

Agronegócio

Fazenda Alto Taquari (MG)

Private Shareholders

BrasilAgro

03

Minority Stake

Agronegócio

Agrolend

Telefônica Brasil (Vivo Ventures)

Private Shareholders

04

Asset Acquisition

Agronegócio

13 industrias e 1 centro de distribuição

Minerva

Marfrig

05

Asset Acquisition

Consumo

18 lojas no Espírito Santo

Supermercados BH

Top Mais

06

Takeover

Consumo

Rede Zé Coxinha

ATW

Private Shareholders

07

Asset Acquisition

Consumo

Duas concessionárias Citroën e Peugeot em Caxias do Sul e Bento Gonçalves

Grupo Carburgo

Private Shareholders

08

Minority Stake

Consumo

Shopper

iFood

Private Shareholders

09

Majority Stake

Energia

2C Energia

FIP Marseille e Rio Grande Investment

CMAA

10

Takeover

Energia

Plantae Soluções

MH Tech Engenharia

Private Shareholders

11

Takeover

Energia

Salto Botelho Agroenergia

Zilor

Amerra Capital Management

12

Takeover

Energia

Linhares Energia

Eneva

Private Shareholders

13

Majority Stake

Energia

90% da SPE Futura 6 (usinas solares com 19 MW de capacidade)

SicBras

Eneva

14

Asset Acquisition

Energia

SPEs: Jaíba N, Jaíba NO1, Jaíba NE1 e Jaíba 0 (120 MW)

Usiminas

Canadian

15

Joint Venture

FIG

Trafalgar Investimentos e Monte Bravo Corretora

16

Takeover

Indústria

Henniges Automotive

Randon

Private Shareholders

17

Takeover

Indústria

Grupo Pax

Moove

Private Shareholders

18

Takeover

Indústria

Servman Manutenção Industrial

HS Group

Private Shareholders

19

Minority Stake

Indústria

11% da CSN Mineração

Itochu Corporation

CSN

20

Takeover

Indústria

Bluestone Resources

Aura Minerals

Private Shareholders

21

Asset Acquisition

Real Estate

13 galpões logísticos (542 mil m²/ABL)

BTG Pactual Logística

GLP

22

Asset Acquisition

Real Estate

Hotel The Oitavos em Cascais

JHSF em parceria com BTG Pactual

Private Shareholders

23

Asset Acquisition

Real Estate

22 imóveis alugados para a Pernambucanas

Pátria Investimentos

Private Shareholders

24

Asset Acquisition

Real Estate

4 lojas da rede Verde Mais Fresh Market

Festval

Verde Mais Fresh Market

25

Asset Acquisition

Real Estate

Operação do Hotel Fazenda Campo dos Sonhos

Brasil Hotelaria

Private Shareholders

26

Asset Acquisition

Real Estate

15 lojas da rede Atacadão

Guardian Asset Management

Atacadão

27

Asset Acquisition

Real Estate

Torres e imóveis avaliados em BRLm 41

American Tower

Oi

28

Asset Acquisition

Real Estate

15 imóveis

Guardian Real Estate

Carrefour

29

Minority Stake

Real Estate

Multiplan (22%)

Multiplan

Ontario Teachers' Pension Fund

30

Majority Stake

Saúde

MedLevensohn

Procsel

Private Shareholders

31

Takeover

Saúde

CQA Química

Calibre Scientific

Private Shareholders

32

Takeover

Serviços

Wilson Sons

MSC

Private Shareholders

33

Takeover

Serviços

Cnova

Grupo Casino

Private Shareholders

34

Asset Acquisition

Serviços

Operação de distribuição de combustíveis da TotalEnergies no Brasil

SIM Distribuidora

TotalEnergies

35

Takeover

Serviços

Drivesul Participações

Cantustore

Private Shareholders

36

Asset Acquisition

Serviços

2 concessionárias de veículos na Serra

Grupo do Vale do Sinos

Private Shareholders

37

Takeover

Serviços

56,8% da Wilson Sons

MSC

Ocean Wilsons

38

Asset Acquisition

Serviços

3 unidades de negócios da Solistica

Traxion

Solistica

39

Takeover

Serviços

Boldplay

Openbox Holdings

Private Shareholders

40

Majority Stake

Serviços

Faculdade Multivix

Galileo Global Education

Família Penina

41

Minority Stake

Serviços

22% da Azul

AerCap, Avolon, Azorra, NAC e Falko

Azul Linhas Aéreas

42

Minority Stake

TMT

Banlek

UliSite

Private Shareholders

43

Takeover

TMT

Atex Telecom

Alloha Fibra

Private Shareholders

44

Takeover

TMT

Segware

Crescera Capital

Private Shareholders

45

Takeover

TMT

Beflex

Funcional Health Tech

Private Shareholders

46

Minority Stake

TMT

Empreende Brasil

EQF

Private Shareholders

47

Takeover

TMT

Franet Sapopema

Jabanet Telecom

Private Shareholders

48

Takeover

TMT

Tangotech

Abaco

Private Shareholders

49

Takeover

TMT

Augen

Biosolvit

Private Shareholders

50

Takeover

TMT

MGNet

Proxxima

Private Shareholders

Startups passam por um trimestre difícil e volume de aportes despenca

A 3T24 acabou, e com ela vieram insights que mostram uma possível mudança de paradigma para o cenário de equity em startups. De acordo com o relatório elaborado pela Sling Hub e Itaú BBA, houve uma diminuição acentuada no volume de investimentos e uma mudança no perfil dos investidores, que estão mais cautelosos e seletivos, priorizando setores resilientes e startups em estágios mais avançados.

O volume total de equity funding na América Latina caiu 36% em comparação a 2T24 e 43% quando comparado com o mesmo período do ano anterior, Os dados são semelhantes quando olhamos apenas para o Brasil, com uma queda tanto em QoQ (-31%), quanto em YoY (-54%).

Esse é um cenário que pode ser interpretado como um espelho da economia global, sobretudo quando olhamos para a quantidade de rodadas do período. Em LatAm, a queda foi de 31% em comparação com a 2T24. No Brasil, a queda é de 31%.

Na América Latina, a redução no volume de investimentos supera a diminuição no número de rodadas, indicando que o investimento médio por rodada diminuiu. Isso sugere que os investidores estão aportando menos capital em cada negociação. Já no caso do Brasil, a queda proporcional entre volume e número de rodadas indica que o investimento médio por rodada permaneceu estável.

Adicionalmente, ao analisar a distribuição das rodadas, observamos que no Brasil ocorreram apenas 5 rodadas, uma diminuição de 50% YoY. 

Na América Latina, foram registradas 9 rodadas, representando uma queda de 31% YoY. Esses números reforçam a tendência de contração no mercado de investimentos em startups, indicando que não apenas o volume total está menor, mas também a quantidade de transações, o que evidencia uma postura ainda mais cautelosa dos investidores e pode dificultar o acesso a capital para startups em early stage.

O que está acontecendo com as early stages?

Observou-se uma diminuição no montante total alocado para startups em estágios iniciais, como pré-seed e seed. Podemos interpretar esse dado como aversão ao risco, com investidores cautelosos e que tendem a escolher  empresas que já demonstraram tração e potencial de escala

Ainda assim, startups como Splight (deep tech), Tivita (fintech) e Zapping TV (media) conseguiram captar rodadas seed significativas, variando entre USDm 5,5 e USDm 12. O exemplo retornou na última quinzena, quando a Akua levantou USDm 4,3 em pré-seed

Fica então o desafio de identificar oportunidades de negócios que ofereçam, ao mesmo tempo, potencial e riscos moderados.

Fintech encabeça ranking de setores com mais aportes

As maiores rodadas de financiamento na 3T24 foram direcionadas à Fintechs (com predominância do México), Energia (com Brasil na frente), Autotechs e Foodtechs. 

No setor de fintechs, empresas como Neon e Cobre obtiveram investimentos substanciais, sinalizando que o interesse por soluções financeiras permanece forte. No caso da Neon, seu maior aporte foi de USDm 36,3 em uma rodada Série E. 

As Fintechs já haviam conquistado o pódio em outros quarters, e aparentemente essa tendência vai continuar. Apenas na última quinzena, foram mapeados 3 aportes em startups do setor. Entre as transações está a CredAluga, que recebeu BRLm 22.

Já no setor de energia, a Q324 destacou a Solfácil e Órigo Energia, que atraiu recursos que incluem rodadas mistas de dívida e equity. O pódio vai para Solfácil, que captou uma rodada Série B de USDm 55.

Mas e agora? Quais são as alternativas de captação?

A retração em investimentos também impactou o CVC, com uma queda anual de 45% e estabilidade em relação ao trimestre anterior. Mas se parece que o cenário está intrinsecamente desfavorável para captações, é porque não estamos explorando opções.

Rodadas não-equity, como dívidas e fundos recebíveis, ganharam destaque. As mais expressivas incluíram um fundo de recebíveis de USDm 134 e rodadas de dívida totalizando USDm 107.

Contrariando a tendência de retração nos investimentos, as operações de M&A na América Latina e no Brasil apresentaram crescimento no terceiro trimestre. Houve um aumento de 30% em relação ao ano anterior na região e 47% no Brasil. Setores como retailtech, que teve um crescimento de 400% no número de aquisições, deep tech com alta de 167% e healthtech com aumento de 300%, lideraram esse movimento.

Vamos explorar opções?

Deu o que falar…

O “Deu o que falar” desta quinzena destaca a semana agitada para a Hypera. Tudo começou quando, em 21 de outubro, a EMS fez uma proposta de fusão com a empresa — causando alvoroço no mercado. 

Avaliada em BRL 3,8 bi, a oferta prometia criar uma gigante farmacêutica, mas foi prontamente recusada pela Hypera. Em resposta, o conselho da empresa justificou que a oferta não refletia seu valor e que as diferenças culturais e de portfólio com a EMS eram significativas. No fim, mesmo com potencial de sinergias, a Hypera reafirmou o que define como “foco estratégico e independente, que mantém a confiança dos acionistas em seu plano de longo prazo”. 

Mas não foi só isso que deu o que falar na última quinzena:

  • Fontes próximas à Azzas 2154 afirmaram que desafios culturais complicam a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma, oito meses após o anúncio. As lideranças estão enfrentando divergências sobre a gestão conjunta e a necessidade de cortar marcas no portfólio. Fontes apontam que a resistência de ambos a ceder o controle em áreas estratégicas dificulta a integração plena, elevando as preocupações do mercado sobre o impacto dessas diferenças no sucesso da fusão.
  • Já a Aneel entrou com uma ação judicial para contestar a venda da Amazonas Energia para a Âmbar. A Agência questiona a validade das assinaturas dos executivos no acordo de transferência, argumentando que elas foram realizadas após o prazo da Medida Provisória. A Âmbar Energia, dos irmãos Batista, assinou às 23h59 do dia 10 de outubro o termo aditivo que permite a compra do controle da Amazonas Energia. A assinatura ocorreu um minuto antes da MP 1.232/2024, que permite troca de controle da concessionária, expirar, à meia-noite. O pedido da Aneel argumenta que apenas o diretor-geral da agência assinou o termo aditivo, e que os representantes da Amazonas, Futura Venture Capital e do FII Milão (da Âmbar Energia) assinaram o documento apenas no dia 11/10, quando a MP já havia expirado.
  • A CVM acusou o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e sete ex-executivos da empresa, de insider trading. Segundo a entidade, há evidências robustas de que esses executivos teriam utilizado informações privilegiadas para vender ações antes da revelação do escândalo contábil de BRL 25 bi, revelado em janeiro de 2023, visando minimizar perdas antes que o impacto das irregularidades se tornasse público. De acordo com o Ministério Público, as vendas ocorreram quando os executivos anteciparam a demissão de Gutierrez, meses antes de a fraude vir à tona.
  • As mineradoras Vale e BHP estão próximas de firmar um acordo de indenização histórico, estimado em BRL 170 bi, pelo rompimento da barragem do Fundão em Mariana, ocorrido em 2015. O valor abrange BRL 100 bi em indenizações aos governos federal, estaduais (de MG e ES) e aos municípios afetados, que serão pagos ao longo de 20 anos. O acordo também considera os BRL 38 bi já investidos em medidas de compensação e outros BRL 32 bi destinados a obrigações ambientais e de reassentamento.

Novos fundos e captações

Owner Fund Category Expected AUM
01

Patria Investimentos

PIER11

Private Equity

BRLm 400

02

Sebrae

FIC FIP

Private Equity

BRLm 60

03

Pátria

HGRU11

Real Estate

BRLm 69,5

Market Trends

Investimentos entre startups e corps pode ficar mais difícil

O Cade introduziu uma nova exigência que pode impactar o mercado de venture capital brasileiro. Em uma recente decisão sobre o caso Digesto e Jusbrasil, o Cade esclareceu os critérios que caracterizam controle acionário de uma investida por fundos, exigindo que mais operações passem por aprovação prévia. Esses critérios consideram que, mesmo com participação minoritária, fundos que influenciam decisões estratégicas, como aprovação de orçamentos ou contratações de dívidas, podem ser vistos como controladores.

Para o setor de venture capital, essa nova interpretação pode representar um entrave, uma vez que o fechamento rápido de rodadas de investimento é essencial para startups em expansão. A necessidade de aprovações pelo Cade, agora em casos de menor participação acionária, pode aumentar a burocracia e os custos regulatórios, complicando o fluxo ágil de capital.

Apesar dos desafios, o Cade sugeriu a possibilidade de revisar a Resolução 33/2022 ou criar um guia que traga mais clareza para o setor. A decisão abre uma janela para que o ecossistema de venture capital dialogue com o Cade, buscando reduzir a burocracia e manter o ambiente favorável ao crescimento e à inovação.

Fonte: Estadão

Recuperações judiciais crescem no Brasil.

Nessa quinzena, o aumento nos pedidos de recuperação judicial foi destaque: o Brasil registrou 1.014 solicitações entre janeiro e junho de 2024, um crescimento de 71% em relação ao ano passado. Esses números representam o maior índice semestral desde 2005, segundo a Serasa Experian. As pequenas e médias empresas lideraram as requisições, especialmente no setor de serviços, impactadas pelas incertezas econômicas e altos índices de inadimplência.

De acordo com o economista Luiz Rabi, o crescimento nos pedidos reflete os desafios enfrentados pelas empresas, que estão recorrendo cada vez mais aos dispositivos legais para reorganizar suas finanças. Ele ainda ressalta que, se a tendência de inadimplência se mantiver, a demanda por recuperações judiciais deverá seguir elevada.

No mesmo período, os pedidos de falência registraram uma queda de 17,9%, com micro e pequenas empresas à frente das solicitações. Enquanto isso, a Serasa Experian reforça seu apoio aos empresários com ferramentas de recuperação de dívidas, ajudando empresas a enfrentarem a inadimplência de forma mais eficaz.

Fonte:Serasa Experian

As Bets vão causar uma tsunami de M&A?

O setor de apostas esportivas no Brasil promete dar trabalho para o Cade. Após a recente aprovação da primeira operação de aquisição de uma empresa de bets, o especialista Ednei Nascimento prevê uma série de novas fusões à medida que o governo impõe regras mais rigorosas ao setor. Segundo ele, o mercado pulverizado tende a impulsionar a união de empresas, especialmente aquelas que ficam sem autorização para operar.

As notícias da quinzena já reforçam essa perspectiva. No dia 11 de outubro, o Cade aprovou a fusão entre a Betfair Brasil e a NSX Enterprise. Essa transação aprovada, ainda mais pelas suas características cross-border, exemplifica o caminho que muitas dessas empresas deverão seguir para consolidar suas operações. 

Fonte: Estadão

Alta produção e pressão nos preços são os próximos desafios da soja no Brasil.

O mercado de soja no Brasil enfrenta desafios em meio a uma safra com previsão recorde de 166 milhões de toneladas, conforme projeções da Conab. No entanto, atrasos no plantio, especialmente no Centro-Oeste, pressionam o calendário e ameaçam o cultivo da segunda safra de milho, tornando a rentabilidade mais difícil para os produtores.

Ao mesmo tempo, o adiamento das normas ambientais da União Europeia favorece as exportações brasileiras, possibilitando acesso mais competitivo ao mercado europeu. No entanto, com a oferta global de soja excedendo a demanda, os preços caem, e o risco de crédito aumenta, colocando produtores em alerta sobre a necessidade de estratégias de hedge e vendas antecipadas para garantir sustentabilidade financeira.

Para os produtores, agora é o momento de uma gestão de riscos cada vez mais precisa para equilibrar as oportunidades de exportação com os desafios locais e a pressão de preços baixos. Vai encarar?

Fonte: AgFeed e Bloomberg

Oportunidades ou desafios? O paradoxo da celulose brasileira.

O setor de celulose brasileiro está, de fato, entre oportunidades e desafios, em um cenário global que desafia e, ao mesmo tempo, estimula o crescimento. Após uma queda expressiva de 25% nos preços da celulose de fibra curta nos últimos meses, os analistas da XP Investimentos veem sinais de estabilização, uma perspectiva que pode favorecer as ações de grandes empresas do setor, como Suzano, Klabin e Irani — players que, com suas estratégias de longo prazo e ambições de expansão, mantêm o Brasil competitivo em um mercado onde a pressão por custos e os desafios logísticos continuam altos.

No caso da Suzano, o recém-lançado Projeto Cerrado é um marco significativo. Com investimento de BRL 22,2 bi, o empreendimento em Mato Grosso do Sul adicionou 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto à produção anual, fortalecendo ainda mais a liderança da Suzano no mercado global. 

Além disso, a Suzano ampliou sua base de operações florestais com a compra de 70 mil hectares de terras e florestas — um movimento estratégico que reflete a preocupação da empresa com a autossuficiência de matéria-prima em um mercado onde a competição por recursos é cada vez mais acirrada.

Esse fortalecimento de sua base também reflete o desafio das normas ambientais: a demanda internacional por produtos sustentáveis pressiona empresas brasileiras a se alinharem aos rigorosos critérios globais, enquanto dentro do país há movimentos contrários, como a nova lei em Mato Grosso, que retira incentivos de empresas aderentes à Moratória da Soja, questionando compromissos anti desmatamento.

Esse otimismo se estende a outras empresas como Klabin, que investe em sua plataforma de embalagens para capturar a demanda crescente, e Irani, que foca no papelão ondulado, setor com forte potencial de valorização no mercado doméstico. 

Com o aumento da produção chinesa de celulose ainda limitado pela escassez de matérias-primas, as empresas brasileiras estão bem posicionadas para atender ao incremento da demanda futura, com investimentos estruturais que reforçam sua capacidade produtiva e a sustentabilidade de seus negócios. Os preços vão ajudar? O futuro nos dirá. 

Fonte: AgFeed e NeoFeed

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M&A

Consumo

Intenções e Estratégias

M&A

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M&A

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FIG

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M&A

Fundraising

Industria

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M&A

Real Estate

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M&A

Saúde

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Serviços

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TMT

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Fundraising

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