Em uma quinzena mais calma, fechamos com uma série de deja vus. Energia pode não ser o setor com a maior quantidade de operações, mas segue como um dos objetos de estudo mais interessantes.
- A Raízen segue na sua jornada de desinvestimentos, servindo como exemplo claro de que reduzir a alavancagem nunca é uma tarefa fácil. Dessa vez o alvo foi uma térmica no ES e uma série de ativos no MS.
- A Atlas Renewable Energy comprou 70% da Aliança Energia. O objetivo é uma joint venture de gigantes, fechada por meio do GIP com a Vale. É mais competitividade no mercado fotovoltaico, e isso ainda vai dar muito o que falar.
E os outros setores? Dados até agosto de 2025 revelam que, fora Energia, TI e FIG seguem com fome. Foram 1142 deals no período, encabeçados por esses setores, segundo a TTR.
Mas muito além de um setor em reaquecimento, quando olhamos para um cenário amplo, esses dados revelam muito mais.
- O Brasil é um flagship global? Na nossa análise da quinzena, navegamos sobre como a superação da marca de USD 1,1 tri em IED, unido com M&A, apontam para um Brasil cobiçado, produtivo e ligado às cadeias globais de valor.
- No VC global, uma tendência que observamos no Brasil há tempos consolida seus contornos: mega deals, aquecimento e uma revolução silenciosa da IA.
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O landscape do mercado italiano de Energia

Existem lições valiosas no mercado italiano de energia. De aquisições de plataformas até pipelines de projetos, se una ao círculo global da M&A Community para entender o que está movimentando esse mercado, e como trazer esses insights para seus negócios.
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Deals Highlights
Curadoria entre 16 até 29 de setembro
Número de deals identificados: 25
Brasil no topo, gringos de olho e futuro disruptivo: a aposta otimista no M&A brasileiro
O Brasil terminou 2024 com um estoque de USD 1,141 tri em investimento estrangeiro direto, equivalente a 46,6% do PIB, um recorde histórico, segundo o Banco Central.
A fotografia do Censo de Capitais Estrangeiros revela o peso crescente do capital internacional: em 1995, IED era só 6,1% do PIB; hoje, quase metade da economia brasileira guarda DNA externo. Não à toa, setores como serviços financeiros, comércio, energia elétrica e petróleo respondem por 40% do estoque.
- Insight: esse fluxo não é apenas um número, ele significa controle. A maioria das empresas com participação estrangeira são comandadas por players globais, conectadas a cadeias de importação, exportação e inovação. O capital é produtivo, amplia capacidade instalada, impulsiona produtividade e mantém o Brasil no radar dos investidores.
O casamento entre o estoque de IED e os números de M&A criam um cenário interessante: 1142 transações até agosto, um aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2024, e mais de BRL 187,8 bi movimentados, segundo a TTR.
- Com 33% das operações em tecnologia e BRL 50 bi girando em energia, os ativos estratégicos puxaram a fila. A onda estrangeira é o fio narrativo do ano: inbound deals seguem aquecidos, com americanos e europeus liderando compras em tech, serviços financeiros e infraestrutura.

Agora, lembre do IED, porque no M&A o interesse estrangeiro também é forte. Cross borders voltaram a ganhar destaque.
Do Brasil para os EUA, foram 38 transações movimentando BRL 8,6 bi até agosto. Do outro lado, os EUA e UK registraram aumento de 1%, apesar de arrefecimento de investimentos em Tech.
Falamos na Edição #75 sobre nossas expectativas de capital estrangeiro dominando nesse ano. E, apesar das expectativas não terem seguido o ritmo forte que esperávamos, é bom ter a perspectiva de que o poder empresarial brasileiro é uma força crescente no mundo.
De resto, vamos trabalhar para aumentar o ritmo.
Deu o que falar…
- 2W desiste de segunda etapa do projeto Kairós por falta de conexão à rede. Eram 282,5 MW de potência instalada e estavam previstos para setembro de 2026.
- Segundo a Gol, foi a falta de de engajamento da Azul que a levou a desistir da fusão. Carta compartilhada em fato relevante teve tom acima do usual nessas negociações. Vale lembra que a Gol enfrentou um custoso processo de RJ.
- Teve prisão em Energia. O diretor da Agência Nacional de Mineração, Mário Trivellato Seabra Filho, foi alvo de operação da PF que visava desarticular uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro.
Mercado de VC e PE: o Brasil não para de surpreender
O ano de 2025 chega com debates quentes sobre o crescente apetite por liquidez dos LPs globais e como isso impacta a gestão dos fundos de venture capital.
O aprendizado do mercado é claro: fundos mais antigos, de 2017 a 2019, já começaram a devolver capital, enquanto os mais recentes aceleram a geração de retornos, com cerca de 15% dos fundos 2023 já liberando DPI após 18 meses de atividade.

Segundo o relatório da Carta, os fundos com os maiores IRRs, que costumam superar 25%, viram uma queda sensível desde 2021.
Os vintages de 2017 a 2020 tiveram melhores arranques e performances sólidas, com IRRs que chegavam a quase 30%, mas os fundos mais recentes enfrentam um mercado mais desafiador, com retornos médios abaixo de 15% e períodos mais longos para sair do chamado “J-curve”.
No Brasil, grandes nomes do Private Equity como XP, Pátria, Vinci Partners e Kinea têm liderado operações robustas, combinando expertise local e capital internacional para surfar nas oportunidades que setores como tecnologia, infraestrutura e saúde oferecem.
- O mercado brasileiro vê crescimento nos cheques médios dos LPs, que passaram de USD 127 mil para USD 165 mil nos últimos anos, e já registra rápida movimentação do capital comprometido, com fundos 2023 investindo 58% do que captaram.
As perspectivas para o Brasil são robustas.
- Apesar dos ruídos macroeconômicos, o pipeline de investimentos em venture capital e private equity está inflamado, com destaque para startups voltadas à digitalização, healthtech, fintechs e infraestrutura sustentável.
- O setor agro segue como motor de inovação e atração de fundos, ao lado da crescente adoção de AI e automação industrial, que já começam a fazer do Brasil um laboratório de vanguarda.
O jogo no Brasil está longe de ficar parado. Só os mais ágeis, que entendem as nuances de um mercado complexo, diversificado e cada vez mais global, vão levar a melhor.
Debênture Turbinada: O Brasil redefine o jogo do crédito de longo prazo
O recorde das debêntures incentivadas em 2025 (BRL 97,3 bi até agosto, alta de 10,4%) não é acaso, mas sintoma de um novo ciclo no funding corporativo brasileiro.
Os players da economia real captaram, só em agosto, BRL 8,5 bi, puxando a barra histórica e deixando claro que o financiamento de longo prazo nunca esteve tão atrativo e líquido. Energia elétrica (35,5%) e transporte/logística (29,8%) lideram o ranking, mas saneamento e TI também aproveitam a vez.
No secundário? O bicho pegou: BRL 223,6 bi negociados já no ano, crescimento de mais de 26%. A explicação está no tripé — atração fiscal, liquidez crescente e expectativa de novas regras tributárias, levando o investidor sofisticado a correr para garantir rendimento turbinado. Para quem buscava segurança, diversificação e alternativas anticíclicas, nunca foi tão bom momento para surfar a onda das incentivadas.
Fica o recado: debênture incentivada é a bola da vez para quem não aceita carregar ativo sonolento.
Agronegócio
Consumer
Intenções e Estratégias
- As próximas mudanças no GPA: equipe e CAPEX
- Assaí processa Casino e GPA para se blindar de passivos tributários anteriores à cisão das empresas
- A mexicana Bimbo busca comprador para a Nutrella – condição imposta pelo Cade para aprovar o negócio com a Wickbold
M&A
- Minha Quitandinha e Onii anunciam fusão e formam nova gigante do varejo autônomo – o valor da transação não foi divulgado
- A Boali, rede de franquias de alimentação saudável, comprou o controle da Mana Poke em operação sem valor divulgado; com a operação, a Boali passa a ter 170 lojas no modelo de franquia e 170 com marca própria – e um faturamento de BRLm 400
Energia
Intenções e Estratégias
- Braskem contrata assessores para avaliar alternativas para estrutura de capital
- Leilão dos sistemas isolados contrata solar, térmicas e armazenamento
- Ibama aprova simulado na Foz do Amazonas e Petrobras se aproxima de licença
- Engie avalia oportunidades em transmissão e integra empresa da UHE Estreito
- Após três meses de diligência, a gestora IG4 desistiu de comprar o controle da empresa energia renovável Rio Alto
- O futuro da Eneva e o futuro da Raízen: todos os caminhos passam, direta ou indiretamente, pelo BTG
- A Suape Energia está finalizando a infraestrutura para utilizar o etanol como combustível na geração de energia – investimento chega a BRLm 60
- Eletrobras mira novas concessões; CEO critica subsídios
M&A
- Raízen vende participação em térmica a biogás no ES
- Equinix mantém aposta de R$ 1 bi anual em data centers no Brasil e avalia autoprodução com Auren Energia
- A Atlas Renewable Energy anunciou que vai usar o GIP e fundos relacionados para formar um joint venture com a Vale por meio da aquisição de 70% da Aliança Energia
- Gestora americana GQG Partners assume participação acionária na Eneva
- Raízen amplia plano de desinvestimentos com venda de ativos no MS
- BTG lidera injeção de BRL 10 bi na Cosan em movimento que reequilibra a estrutura de capital da holding; oferta limpa 57% da dívida
FIG
Intenções e Estratégias
- Creditas vai encarar down round para captar USDm 100 – rodada está sendo negociada a um valuation de USD 3,3 bi contra a última rodada ancorada em USD 4,8 bi
- Com bull market à vista, gestora adota estratégia de “comprar EBITDA”
- Os três atos da Arandu Partners pelo controle da Reag Investimentos
M&A
Saúde
Industria
Intenções e Estratégias
M&A
Infraestrutura
Intenções e Estratégias
- Azevedo & Travassos busca ajustar acordo para concluir compra da Petro-Victory
- ECB Group estreia na gestão de aeroportos com duas concessões no RS, se comprometendo a investir BRLm 102,2 em um contratos PPP de 30 anos
- LATAM adquire 24 aeronaves E195-E2, avaliado em cerca de USD 2,1 bi da Embraer – e assegurou direito de compra para mais 50
M&A
Real Estate
Serviços
TMT
M&A
- Deskbee faz aquisição da Bynd
- Selbetti adquire MD2, em transação sem valor divulgado, e acelera maturidade em IA e data analytics
- Para acelerar expansão internacional, Único compra americana OwnID – aquisição deve permitir
- MV compra parte da Sofya
- Inwave compra Gateway
- RS Solutions compra Colibri
- Mercado Pago compra DTVM para ampliar sua oferta de investimentos em transação sem valor divulgado
Fundraising
- CredAluga capta R$ 60 milhões em Série A
- Captur recebe investimento de BRL 550k em rodada que contou com a participação da DOMO.VC
- NVIDIA vai investir mais de BRL 500 bi na OpenAI – parceria prevê a implantação de ao menos 10 GW em chips Nvidia dedicados à OpenAI
- Typcal, foodtech, recebe investimento BRLm 2,2 da Biotope, aceleradora e investidora em biotech da Bélgica
- Arvo capta BRLm 106 em Séria A liderada pelos fundos Kaszek e Base10 Partners
- WorkAI recebe aporte de R$ 5,5 milhões
- BotCity levanta BRLm 65 com investidores americanos em rodada Series A liderada pelo fundo Four Rivers para mapear e gerir automações e códigos de linguagem
- Enter levantou BRLm 200 a um valuation de BRL 2 bi (post-money) numa rodada liderada pelo Founders Fund
- L4 Venture Builders aportou USDm 9,5 na CAF, startup especializada em identidade digital e prevenção de golpes
- A Infleet, startup que usa IA para ajudar frotistas a gerir custos, captou BRLm 40 em rodada Series A liderada pela Canary, Indicator e pela Citrino Ventures
- Joinin capta primeiro investimento de USDm 1 recebido da Parceiro Ventures
- Layers faz captação de R$ 21 milhões
- A5X capta R$ 200 milhões em série C
- Indicium recebe aporte da Databricks
- Nuuvem recebe investimento de criadora do ‘Final Fantasy’ para impulsionar projeto de nova ferramenta
- Kamino recebe aporte de R$ 54 milhões
- GestãoDS recebe aporte de R$ 2,5 milhões
- Ume capta R$ 118 milhões em rodada Série B
- Hubfi capta R$ 1,8 milhão e quer acelerar expansão nacional
- 180 Seguros capta R$ 50 milhões para acelerar projetos de IA
- AmazonCure capta R$ 7,9 milhões para transformar bioativos da Amazônia em soluções farmacêuticas
- Second Mind recebe aporte para expandir operação
- Com captação de R$ 3 bilhões, Multiplike vai de FIDC a banco e mira crédito corporativo