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M&A Community no Brasil – Ed. #95

Brazil 14 min read
Author
Luca Rossi

Em uma quinzena mais calma, fechamos com uma série de deja vus. Energia pode não ser o setor com a maior quantidade de operações, mas segue como um dos objetos de estudo mais interessantes. 

  1. A Raízen segue na sua jornada de desinvestimentos, servindo como exemplo claro de que reduzir a alavancagem nunca é uma tarefa fácil. Dessa vez o alvo foi uma térmica no ES e uma série de ativos no MS.
  2. A Atlas Renewable Energy comprou 70% da Aliança Energia. O objetivo é uma joint venture de gigantes, fechada por meio do GIP com a Vale. É mais competitividade no mercado fotovoltaico, e isso ainda vai dar muito o que falar. 

E os outros setores? Dados até agosto de 2025 revelam que, fora Energia, TI FIG seguem com fome. Foram 1142 deals no período, encabeçados por esses setores, segundo a TTR.

Mas muito além de um setor em reaquecimento, quando olhamos para um cenário amplo, esses dados revelam muito mais. 

  1. O Brasil é um flagship global? Na nossa análise da quinzena, navegamos sobre como a superação da marca de USD 1,1 tri em IED, unido com M&A, apontam para um Brasil cobiçado, produtivo e ligado às cadeias globais de valor. 
  2. No VC global, uma tendência que observamos no Brasil há tempos consolida seus contornos: mega deals, aquecimento e uma revolução silenciosa da IA. 

Você sabia que podem conferir esses insights, em multiformatos, e participar do backstage do setor? Se conecte comigo no LinkedIn e faça parte desse círculo.



O landscape do mercado italiano de Energia

Existem lições valiosas no mercado italiano de energia. De aquisições de plataformas até pipelines de projetos, se una ao círculo global da M&A Community para entender o que está movimentando esse mercado, e como trazer esses insights para seus negócios.

Participe do nosso webinar no dia 9 de outubro e fique por dentro de tendências, oportunidades e riscos.


Deals Highlights

Curadoria entre 16 até 29 de setembro

Número de deals identificados: 25

TargetTypeIndustryBuyerSeller
01

9 shoppings

Asset Acquisition

Real Estate

Private Shareholders

XP Malls

02

Térmica a biogás (ES)

Asset Acquisition

Energy

Gera Participações

Raízen

03

Aliança Energia (70%)

Majority Stake

Energy

Atlas Renewable (GIP)

Vale

04

BizCapital

Takeover

FIG

NG.CASH

Private Shareholders

05

Enerva (5,57%)

Minority Stake

Energy

GQG Partners

Private Shareholders

06

Usinas Passa Tempo e Rio Brilhantes (MS)

Asset Acquisition

Energy

Genesis Par

Raízen

07

Ticker Wealth

Takeover

FIG

Economista Sincero

Private Shareholders

08

Bynd

Takeover

TMT

Deskbee

Private Shareholders

09

MD2

Takeover

TMT

Selbetti

Private Shareholders

10

Honor Automation (50%)

Minority Stake

Industry

Torfresma

Private Shareholders

11

OwnID (EUA)

Takeover

TMT

Único

Private Shareholders

12

Terreno p/ data center (Uberlândia)

Asset Acquisition

Infrastructure

RT-One

Private Shareholders

13

Participação na Sofya

Minority Stake

TMT

MV

Private Shareholders

14

Gateway

Takeover

TMT

Inwave

Private Shareholders

15

Colibri

Takeover

TMT

RS Solutions

Private Shareholders

16

JV Tg.mob + SKY Operators

Joint Venture

Services

17

Mais PVC

Takeover

Industry

Fortlev

Private Shareholders

18

Minha Quitandinha + Onii

Merger

Consumer

19

40,15% da Azevedo & Travassos

Minority Stake

Infrastructure

Nêmesis Brasil

Acionistas A&T

20

Kobe

Takeover

FIG

[Non-Disclosed]

Banco Master

21

Mana Pok

Takeover

Consumer

Boali

Private Shareholders

22

Gandaya

Takeover

Services

Sympla

Private Shareholders

23

One Care

Takeover

Healthcare/Pharma

Grupo Santa

Private Shareholders

24

DTVM

Takeover

TMT

Mercado Pago

Private Shareholders

25

StartSe

Takeover

Services

Grupo Alun

Pátria Investimentos & Júnior Borneli


Brasil no topo, gringos de olho e futuro disruptivo: a aposta otimista no M&A brasileiro

O Brasil terminou 2024 com um estoque de USD 1,141 tri em investimento estrangeiro direto, equivalente a 46,6% do PIB, um recorde histórico, segundo o Banco Central. 

A fotografia do Censo de Capitais Estrangeiros revela o peso crescente do capital internacional: em 1995, IED era só 6,1% do PIB; hoje, quase metade da economia brasileira guarda DNA externo. Não à toa, setores como serviços financeiroscomércioenergia elétrica petróleo respondem por 40% do estoque.

  • Insight: esse fluxo não é apenas um número, ele significa controle. A maioria das empresas com participação estrangeira são comandadas por players globais, conectadas a cadeias de importação, exportação e inovação. O capital é produtivo, amplia capacidade instalada, impulsiona produtividade e mantém o Brasil no radar dos investidores.

O casamento entre o estoque de IED e os números de M&A criam um cenário interessante: 1142 transações até agosto, um aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2024, e mais de BRL 187,8 bi movimentados, segundo a TTR. 

  • Com 33% das operações em tecnologia e BRL 50 bi girando em energia, os ativos estratégicos puxaram a fila. A onda estrangeira é o fio narrativo do ano: inbound deals seguem aquecidoscom americanos e europeus liderando compras em tech, serviços financeiros e infraestrutura.

Agora, lembre do IED, porque no M&A o interesse estrangeiro também é forte. Cross borders voltaram a ganhar destaque. 

Do Brasil para os EUA, foram 38 transações movimentando BRL 8,6 bi até agosto. Do outro lado, os EUA e UK registraram aumento de 1%, apesar de arrefecimento de investimentos em Tech.

Falamos na Edição #75 sobre nossas expectativas de capital estrangeiro dominando nesse ano. E, apesar das expectativas não terem seguido o ritmo forte que esperávamos, é bom ter a perspectiva de que o poder empresarial brasileiro é uma força crescente no mundo. 

De resto, vamos trabalhar para aumentar o ritmo.


Deu o que falar…

  1. 2W desiste de segunda etapa do projeto Kairós por falta de conexão à rede. Eram 282,5 MW de potência instalada e  estavam previstos para setembro de 2026.
  2. Segundo a Gol, foi a falta de de engajamento da Azul que a levou a desistir da fusão. Carta compartilhada em fato relevante teve tom acima do usual nessas negociações. Vale lembra que a Gol enfrentou um custoso processo de RJ. 
  3. Teve prisão em Energia. O diretor da Agência Nacional de Mineração, Mário Trivellato Seabra Filho, foi alvo de operação da PF que visava desarticular uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro.

Mercado de VC e PE: o Brasil não para de surpreender

O ano de 2025 chega com debates quentes sobre o crescente apetite por liquidez dos LPs globais e como isso impacta a gestão dos fundos de venture capital.

O aprendizado do mercado é claro: fundos mais antigos, de 2017 a 2019, já começaram a devolver capital, enquanto os mais recentes aceleram a geração de retornos, com cerca de 15% dos fundos 2023 já liberando DPI após 18 meses de atividade.

Segundo o relatório da Carta, os fundos com os maiores IRRs, que costumam superar 25%, viram uma queda sensível desde 2021. 

Os vintages de 2017 a 2020 tiveram melhores arranques e performances sólidas, com IRRs que chegavam a quase 30%, mas os fundos mais recentes enfrentam um mercado mais desafiador, com retornos médios abaixo de 15% e períodos mais longos para sair do chamado “J-curve”.

No Brasil, grandes nomes do Private Equity como XP, Pátria, Vinci Partners e Kinea têm liderado operações robustas, combinando expertise local e capital internacional para surfar nas oportunidades que setores como tecnologia, infraestrutura e saúde oferecem. 

  • O mercado brasileiro vê crescimento nos cheques médios dos LPs, que passaram de USD 127 mil para USD 165 mil nos últimos anos, e já registra rápida movimentação do capital comprometido, com fundos 2023 investindo 58% do que captaram.

As perspectivas para o Brasil são robustas. 

  1. Apesar dos ruídos macroeconômicos, o pipeline de investimentos em venture capital e private equity está inflamado, com destaque para startups voltadas à digitalização, healthtech, fintechs e infraestrutura sustentável. 
  2. O setor agro segue como motor de inovação e atração de fundos, ao lado da crescente adoção de AI e automação industrial, que já começam a fazer do Brasil um laboratório de vanguarda.

O jogo no Brasil está longe de ficar parado. Só os mais ágeis, que entendem as nuances de um mercado complexo, diversificado e cada vez mais global, vão levar a melhor.


Debênture Turbinada: O Brasil redefine o jogo do crédito de longo prazo

O recorde das debêntures incentivadas em 2025 (BRL 97,3 bi até agosto, alta de 10,4%) não é acaso, mas sintoma de um novo ciclo no funding corporativo brasileiro.

 Os players da economia real captaram, só em agosto, BRL 8,5 bi, puxando a barra histórica e deixando claro que o financiamento de longo prazo nunca esteve tão atrativo e líquido. Energia elétrica (35,5%) e transporte/logística (29,8%) lideram o ranking, mas saneamento e TI também aproveitam a vez.

No secundário? O bicho pegou: BRL 223,6 bi negociados já no ano, crescimento de mais de 26%. A explicação está no tripé — atração fiscal, liquidez crescente e expectativa de novas regras tributárias, levando o investidor sofisticado a correr para garantir rendimento turbinado. Para quem buscava segurança, diversificação e alternativas anticíclicas, nunca foi tão bom momento para surfar a onda das incentivadas.

Fica o recado: debênture incentivada é a bola da vez para quem não aceita carregar ativo sonolento.


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