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M&A Community no Brasil – Ed. #80

Brazil 85 min read
Author
Luca Rossi

Bem-vindo à edição #80 da M&A Community Brasil!

A McKinsey está com boas expectativas para o ano. A consultoria finalizou sua análise de expectativas para 2025 e o cenário corrobora com a perspectiva que já vimos da PwC, PitchBook e Bain & Company nas últimas edições: aquecimento no M&A global, com um foco especial em mega deals. 

E esse movimento já está mostrando suas primeiras fagulhas no Brasil. As últimas duas semanas foram marcadas por grandes cheques sendo assinados, com foco especial para o setor de energia.

Entre os destaques desta quinzena, estão: 

  1. A Athon Energia adquiriu 23 usinas solares da GreenYellow, somando 50,68 MWp de capacidade instalada em seis estados. A transação reforça a estratégia de crescimento da Athon, que agora opera 70 usinas em oito estados e busca atingir 600 MWp até 2026, com BRL 1 bi em novos investimentos. 
  2. A Sherwin-Williams anunciou a aquisição da Suvinil por USD 1,15 bi. A conclusão da transação está prevista para a Q2 25, sujeita à aprovação regulatória. A Suvinil será integrada ao Consumer Brands Group da Sherwin-Williams após o fechamento do negócio.
  3. A Copel investiu BRLm 984 para adquirir 70% da Geração Céu Azul, usina da Neonergia. A empresa já era detentora de uma participação de 30%, e aproveitou a oportunidade para passar o ativo para frente. A compradora foi a tcheca DK Holding Investments, e dessa vez o cheque foi ainda maior: BRL 1,55 bi.

Boa leitura!


Como o cenário de M&A se transformou em 2024?

Após dois anos de desaceleração, o mercado de M&A encerrou 2024 com novo impulso. O Relatório Global Anual de M&A 2024 da PitchBook, patrocinado pela Ideals, destaca como o aumento da liquidez e a queda nas taxas de juros globais impulsionaram as negociações durante esse período.

📌 Conheça os principais setores que impulsionaram o maior crescimento

📌 Descubra como estão as avaliações de mercado e as oportunidades que elas oferecem

📌 Explore o aumento da participação do private equity no valor total das transações

O estudo também projeta uma perspectiva otimista para 2025, à medida que os mercados adotam uma postura mais “risk-on”, após um dos períodos mais turbulentos desde a crise financeira global.

Quer saber como essas tendências podem impactar suas estratégias de M&A no próximo ano? Baixe agora o Relatório Global Anual de M&A 2024 e obtenha insights exclusivos sobre as principais tendências do setor!

Acesse o relatório completo

Deal Tracker

TypeIndústriaTargetBuyerSeller
01

Takeover

Industry

Suvinil

Sherwin-Williams

BASF

02

Asset Acquisition

Agribusiness

Ativos de processamento da Frimapar

Lar Cooperativa Agroindustrial

Frimapar Indústria e Comércio de Alimentos

03

Takeover

Industry

MA Automotive Brasil

Stellantis

CLN (60%) + Unipres (40%)

04

Asset Acquisition

Energy

23 usinas solares (50,68 MWp)

Athon Energia

GreenYellow

05

Joint Venture

Industry

Fábrica desativada em Cambará (PR)

SL Alimentos e grupo Certano (formam JV)

General Mills

06

Takeover

TMT

Connekt

Jobecam

Private Shareholders

07

Takeover

Consumer

PetVi

Emerge Ventures

08

Asset Acquisition

Natural Resources

Operações de níquel (Barro Alto, Codemin, etc.)

MMG

Anglo American

09

Takeover

Real Estate

Shopping Interlagos (82,77%)

Grupo Savoy

Ancar Ivanhoe

10

Takeover

Healthcare/Pharma

FertVida Prime

FertGroup

Private Shareholders

11

Asset Acquisition

TMT

SCD da Provu

Vinicius Garcia Cipullo + Holditsafe Financeira

Provu

12

Takeover

Services

3,2,1 Beauty

Natura

Cecília Ribeiro

13

Merger

Consumer

Easy Carros

Budacorp / Moove

Private Shareholders

14

Takeover

TMT

Acqio

Grupo Entre

Private Shareholders

15

Takeover

TMT

Credihome

Grupo Entre

Private Shareholders

16

Takeover

Energy

Eletronet

Eletrobras

Private Shareholders

17

Minority Stake

FIG

YvY Capital

UBS

Private Shareholders

18

Takeover

TMT

Kuppi

Yooga

Private Shareholders

19

Takeover

Energy

Horus Smart Detections

Nightingale Partners

Private Shareholders

20

Minority Stake

Consumer

Bewo (35%)

FreeBrands

Private Shareholders

21

Takeover

Real Estate

PDG Realty

SHKP

Private Shareholders

22

Takeover

Consumer

Novo Atacarejo

Grupo Mateus

Private Shareholders

23

Asset Acquisition

TMT

Lote de torres da Global Sites

Highline

Global Sites

24

Asset Acquisition

TMT

Rede WLL + clientes em 47 municípios (Oi)

Datora

Oi

25

Majority Stake

Energy

Complexo Solar Luiz Gonzaga (114 MW)

SPIC Brasil

Private Shareholders

26

Takeover

TMT

UPPay

Nayax

Private Shareholders

27

Majority Stake

Sports

SAF do Ferroviário (90%)

MAKES

Ferroviário

28

Takeover

TMT

RustCon

Minsait

Private Shareholders

29

Takeover

TMT

Theo3

Quark Investimentos

Private Shareholders

30

Asset Acquisition

Real Estate

Hotel InterContinental SP

HSI

Private Shareholders

31

Takeover

TMT

PayBrokers

Trio Pagamentos

Private Shareholders

32

Takeover

Consumer

Wellts

Nutrição Sem Fronteiras

Private Shareholders

33

Merger

TMT

We OOH e Quality Mídia Exterior

34

Takeover

Consumer

Nutricar

Grupo GPS

Private Shareholders

35

Takeover

FIG

Grupo Case

Arthur J. Gallagher & Co

Private Shareholders

36

Takeover

Healthcare/Pharma

Clínica Renal

DaVita

Private Shareholders

37

Takeover

Energy

ETTM

Cemig

Private Shareholders

38

Majority Stake

FIG

Infinite Consulting (51%)

WDC Networks

Private Shareholders

39

Takeover

Consumer

Baw

Bruno e Lucas Karra + Celso Ribeiro

Azzas 2154

40

Takeover

TMT

Ipec

Ipsos

Private Shareholders

41

Asset Acquisition

Real Estate

Galpão logístico em Pernambuco

Golgi

Private Shareholders

42

Takeover

FIG

ACDI

Neura

Private Shareholders

43

Takeover

Agribusiness

RúmiCash

AgroForte

Grupo Rúmina

44

Majority Stake

Industry

BR Marinas (57,83%)

Novas Marinas

Axxon e Angramar

45

Takeover

Energy

Geração Céu Azul (70% de Baixo Iguaçu)

Copel

Neonergia

46

Takeover

Energy

Geração Céu Azul / Baixo Iguaçu

Energo Pro

Copel

47

Minority Stake

FIG

Criteria Investimentos

XP Inc

Private Shareholders

48

Takeover

Healthcare/Pharma

Laboratório Cura

Alliança Saúde

Vinci Partners

49

Takeover

Healthcare/Pharma

Injeplast

Fagron

Private Shareholders

50

Takeover

FIG

Summer Empreendimentos

RFM-E

Santander Holdings

51

Takeover

Healthcare/Pharma

RHMED Consultores Associados

Grupo GPS

Private Shareholders

52

Takeover

FIG

Humani

Alper Seguros

Private Shareholders

53

Asset Acquisition

Real Estate

4 centros de distribuição (SP e RJ)

Mauá Capital Logístico FII

Grupo CB

54

Takeover

Services

Just Eat Takeaway

Prosus

Private Shareholders

55

Majority Stake

Agribusiness

Olam Agri (de 35% para 80%)

Salic

Olam Group

56

Majority Stake

Industry

Estrela (70%)

CSN

Estrela

57

Takeover

Infrastructure

Operação de cabotagem da Hidrovias do Brasil

Norsul

Hidrovias do Brasil

58

Takeover

Services

Imepac

Mubadala Capital

Private Shareholders

59

Majority Stake

Services

SEIDOR (60%)

Carlyle Europe Technology Partners

Private Shareholders

60

Takeover

TMT

HuntersPay

IPv7.security

Ataíde Júnior

61

Majority Stake

Consumer

Pet Mania (51%)

Viscofan Group

Private Shareholders

62

Takeover

Services

GCP International

Ares Management Corporation

GLP Capital

McKinsey prevê ritmo acelerado e megadeals para 2025

Estava demorando para ouvirmos falar da McKinsey. 

Durante as primeiras edições do ano, trouxemos para vocês os insights coletados por grandes referências do mercado, de PwC até Bain & Company. Agora, para fechar o ciclo de grandes consultorias, a McKinsey também divulgou suas expectativas para 2025

Em seus insights, a big 4 dá grande destaque para aquilo que observa como  uma retomada expressiva no M&A, com um salto de 12% no valor global das transações. Embora ainda distante dos picos históricos, esse resultado indica a recuperação do apetite por investimentos e a recuperação gradual da confiança dos executivos. 

O aumento no valor transacionado pode ser entendido como um reflexo da melhora das condições macroeconômicas, acompanhada de balanços corporativos mais saudáveis, E como vimos anteriormente, apesar da timidez na quantidade de transações, que não evolui tanto em comparação com os períodos anteriores, o aumento nos tickets mostram o impulso de negócios de médio e grande portes em setores como energia, tecnologia e serviços financeiros.

Separamos um olhar individual para cada um desses setores nas nossas Market Trends, mas o que vemos aqui é o reforço de que os setores com tração vão continuar a concentrar os resultados do M&A em 2025. Muito além disso, conforme o ritmo de acordos firmados se acelerou (principalmente nos últimos meses do ano), aumentaram também as expectativas de megadeals e de uma concorrência mais acirrada na disputa por ativos de qualidade em 2025. O ano começou com acelerado, e agora a ideia é que esse momentum continue. 

Por região, os resultados foram os seguintes:

  • Américas: Responsáveis por pouco mais da metade do valor global de M&A, registraram uma alta de cerca de 12% no valor dos negócios. O cenário econômico mais estável nos Estados Unidos, bem como balanços corporativos robustos, estimulou vários megadeals, incluindo grandes transações em setores de tecnologia, energia e saúde.
  • EMEA (Europa, Oriente Médio e África): Apresentou crescimento de 15% no valor total das transações, em grande parte impulsionado por consolidações domésticas, enquanto a atividade transfronteiriça permaneceu moderada. A cautela decorre de incertezas relacionadas a cenários políticos internos e possíveis ajustes regulatórios, mas a região mantém um volume significativo de negócios envolvendo empresas de energia, materiais e tecnologia.
  • Ásia-Pacífico: Teve alta de 10% no total de transações, apesar de alguns mercados – como a China – enfrentarem persistentes desafios regulatórios e geopolíticos. Ainda assim, a região encontra oportunidades tanto em setores tradicionais (por exemplo, indústria pesada) quanto em áreas de rápido crescimento (especialmente tecnologia de ponta e semicondutores).

2025 pode ser o ano dos IPOs?

O que falta para consolidar o cenário de crescimento são os IPOs, mas segundo a McKinsey, podemos esperar sentimentos mistos. Globalmente, ao longo de 2024 as condições de mercado para ofertas públicas iniciais começaram a mostrar sinais de recuperação, ainda que de forma gradual e concentrada em setores específicos, como tecnologia, energia limpa e saúde. 

Após um hiato prolongado, em que muitas empresas preferiram adiar listagens por conta da volatilidade macroeconômica e taxas de juros elevadas , houve uma retomada notável de operações no Q2 24. Empresas mais maduras, especialmente na América do Norte e em algumas partes da Europa, conseguiram encontrar janelas de oportunidade para estrear na bolsa, apoiadas por valuations que retornaram a patamares saudáveis e por um interesse renovado de investidores institucionais.

Apesar de, em um cenário global, essas expectativas terem contornos otimistas, talvez isso não se reflita no cenário brasileiro. A Anbima estimou que a seca em ofertas públicas brasileiras irá continuar em 2025, perspectiva endossada pelos juros globais e locais que acabam tornando o custo de oportunidade dessas operações em um fator proibitivo. 

Existe a possibilidade dessa expectativa não se concretizar? Para a McKisey, a resposta é: sim. O mercado global começa a soprar em direções favoráveis para as ofertas públicas, e os fatores que contribuem incluem:

  • Melhora das taxas de juros e do ambiente monetário: A tendência de redução (ou ao menos estabilização) das políticas de aperto monetário em algumas economias-chave, como EUA e partes da Europa, tende a favorecer a atratividade do mercado de capitais.
  • Crescimento de setores de alta tecnologia: Inteligência artificial, biotecnologia e energias renováveis, entre outros segmentos, continuam apresentando trajetórias positivas de expansão e geração de valor, estimulando listagens para captação de recursos e consolidação de liderança nos mercados.
  • Necessidade de liquidez para investidores financeiros: Grandes fundos de private equity mantêm posição de destaque nesse fluxo. Como a janela de M&A está aquecida, muitos desses fundos enxergam o IPO como forma de monetizar participações mais maduras e direcionar esse capital para novas aquisições, reforçando o ciclo de transações.

No conjunto, a combinação de apetite de mercado, valuations competitivos e maior estabilidade monetária projeta para 2025 um ambiente mais receptivo às aberturas de capital, tanto de empresas já consolidadas quanto de negócios em estágios avançados de crescimento. Assim como o M&A, a disciplina de execução (desde a definição do momento da oferta até a estratégia de alocação dos recursos obtidos) será determinante para que as companhias extraiam o máximo valor de suas listagens, quando e se ocorrem.

Essa incerteza vai se transformar em estratégias? Cabe a você, estrategista. 

Deu o que falar…

  1. A rede de supermercados St Marche entrou com pedido de tutela judicial para renegociar dívidas de BRLm 639, evitando um colapso financeiro. A empresa, focada no público de alta renda, enfrentou dificuldades após investimentos de BRLm 120 em expansão e a não realização de seu IPO planejado em 2021. Com a alta dos juros, a dívida se tornou insustentável. A Justiça suspendeu execuções por 60 dias, mas sem prorrogação garantida. A varejista busca alternativas para reequilibrar suas finanças.
  2. Os fundadores da Tok&Stok, Régis e Ghislaine Dubrule, estão solicitando uma indenização de até BRLm 350 por prejuízos relacionados à venda da varejista de móveis para a Mobly. A disputa envolve o impedimento do aumento de capital da empresa, a impossibilidade de reaver o controle do negócio e a não execução antecipada da dívida que a empresa tinha com os fundadores. O caso está sendo tratado por meio de arbitragem sigilosa, e os Dubrule buscam ainda a anulação de atos da gestora SPX, responsável pela venda da Tok&Stok. A varejista foi adquirida pela Mobly em 2024, após ser controlada pela SPX, que assumiu o controle do Carlyle em 2021.
  3. O Grupo Armco, um dos maiores fornecedores de aços relaminados do Brasil, entrou com pedido de recuperação extrajudicial na Justiça de São Paulo para reestruturar uma dívida de BRLm 528,6, que pode chegar a BRLm 750 se credores aderirem ao plano. O Banco Fibra, da família Steinbruch, é o principal credor, com BRLm 350 a receber. O plano prevê carência de 24 meses, parcelamento em 120 meses e conversão de dívida em participação acionária. A reestruturação busca evitar recuperação judicial e garantir a continuidade das operações industriais da empresa.
  4. A negociação entre a Eletrobras e o governo federal foi finalizada poucos dias antes do prazo do STF, garantindo que a União, que detém 32,9% das ações, fique com três cadeiras no conselho de administração e uma no conselho fiscal. Ao mesmo tempo, a estatal se livrou do investimento considerado desfavorável em Angra 3 e obteve o compromisso de buscar um parceiro privado para a Eletronuclear. O acordo, coordenado pelo ministro da AGU, foi celebrado após intensas reuniões e alívio para ambos os lados, refletindo positivamente no mercado com as ações subindo e a empresa sendo avaliada em BRL 91,1 bi.

Novos fundos e captações

OwnerFundCategoryExpected AUM
01

Petrobras e Régia Capital

VC

BRLm 100

02

Mundi Ventures

Fundo 6

VC

(Non-disclosed)

03

Ativore

US Real Estate Build-To-Rent Fund BR

Real Estate

(Non-disclosed)

04

Sicoob

FINU

Real Estate

BRLm 100

Market Trends

Dinamismo e oportunidades são as palavras-chave para os serviços financeiros em 2025

Em 2025, o setor de serviços financeiros deve se manter dinâmico, impulsionado por oportunidades de consolidação e crescimento. A recuperação de M&As sugere negócios focados em escala e melhoria de capacidades, sobretudo nos mercados de capitais, wealth e asset management, fintechs e pagamentos. Bancos enfrentarão desafios regulatórios e pressões de qualidade de carteiras, mas a busca por fusões e aquisições deve prosseguir. 

O destaque vai para mercados fragmentados, como os Estados Unidos, onde a concentração bancária tende a crescer. 

  • Na Europa, o consenso sobre a necessidade de escala global pode estimular a consolidação transfronteiriça. 
  • No Oriente Médio, o segmento de banking islâmico segue em expansão e atrai investimentos.
  • Na Ásia, a digitalização e a consolidação pontual ditam o ritmo. 

Para fintechs e pagamentos, espera-se fusões voltadas à aquisição de capacidades e busca por eficiência. Com recursos de private equity em alta, adaptar-se aos desafios regulatórios e incorporar inovações tecnológicas será essencial para assegurar competitividade e rentabilidade.

Fontes: McKinsey e Hebert Smith

Energia tem cenário propício para M&A em 2025

Em 2024, a atividade de M&A  no setor global de energia e materiais  manteve-se moderada, mas as perspectivas para 2025 são otimistas. Com portfólios em readequação, taxas de juros em queda e abundância de capital, empresas buscam oportunidades de consolidação e reposicionamento estratégico, ao lado de investidores de private equity, que voltam a ganhar força no setor.

  • No segmento de energia elétrica e gás natural, ativos renováveis e projetos de infraestrutura atraem cada vez mais interesse, apesar de incertezas nos preços e elevados custos de capital. Em óleo e gás, transações regionais ajudam companhias a melhorar eficiência e explorar novas áreas de crescimento, incluindo tecnologias de reciclagem e redução de emissões.
  • Para produtos químicos e agricultura, o foco continua sendo a otimização de portfólios, por meio de carve-outs e aquisições direcionadas, com destaque para a Ásia–Pacífico. Já em materiais, fusões e integrações verticais visam atender à crescente demanda por infraestrutura e melhorar competitividade. A mineração deve manter ritmo de fusões, impulsionada pela busca por metais críticos à transição energética.

Apesar de possíveis instabilidades geopolíticas e riscos de novas tarifas comerciais, a abundância de capital e a queda de incertezas eleitorais indicam um 2025 propício para a intensificação de M&A. As empresas que souberem planejar adequadamente suas estratégias e aproveitar as oportunidades de consolidação e crescimento poderão se destacar nesse cenário em transformação.

Fontes: McKinsey e Valor Econômico

Tecnologia corresponde a 75% dos USD 600 bi investidos em TMT

Em 2024, o TMT registrou forte atividade de M&A, com USD 698 bi investidos em mais de 1.460 negócios globais. O foco principal recaiu sobre o segmento de tecnologia (75% dos negócios em volume), em grande parte voltados a software e liderados por investimentos de private equity. O setor de mídia e telecomunicações também se destacou, sobretudo em infraestrutura e em grandes acordos envolvendo direitos de mídia esportiva e gaming.

Para 2025, as perspectivas incluem crescimento contínuo em M&A, impulsionado por pressões de custo, surgimento de novas tecnologias, alterações regulatórias e maior participação de PE. 

  • No segmento de tecnologia, as empresas devem intensificar investimentos para consolidar posições de liderança de mercado, reforçar capacidades de inteligência artificial (IA) e adquirir “bolt-on capabilities”, como softwares especializados e serviços de TI. Hiperscalers tendem a ampliar gastos com infraestrutura (data centers, energia), enquanto a IA avança para uma nova fase, tornando a aquisição de plataformas e soluções de monetização um diferencial.
  • O setor de mídia passará por mais consolidações, em resposta ao aumento de custos e à mudança nos hábitos de consumo. Alguns conglomerados devem adotar carve-outs para extrair mais valor de ativos digitais ou se proteger em portfólios em declínio, abrindo espaço para parcerias estratégicas e a atuação de fundos de private equity.
  • Em telecomunicações, a consolidação ainda encontra barreiras regulatórias em várias regiões, mas deve prosseguir, principalmente na integração de redes (fixo–móvel). Em paralelo, as operadoras buscam diversificar receitas em áreas como segurança, saúde e IA, bem como se desfazer de ativos não essenciais. Na infraestrutura de telecomunicações, a alta demanda por 5G, data centers, torres e redes de fibra indica mais investimentos de PE e fundos soberanos, favorecendo fusões, parcerias e joint ventures para suprir grandes necessidades de capital.

Fontes: McKinsey 

Outras trends:

  1. O setor de tecnologia para viagens registrou cerca de 180 transações no ano passado, representando um terço dos M&As em tecnologia. Com USD 300 bi destinados a tech, fundos de private equity estão acelerando a consolidação do mercado, adquirindo startups para modernizar infraestruturas. A TravelPerk captou USDm 200 e iniciou o ano com uma aquisição. Empresas como o Juniper Group planejam múltiplas compras em 2025, enquanto gigantes como Amadeus e Descolar também movimentam o setor. No entanto, desafios regulatórios, como o veto da União Europeia à compra da eTraveli pela Booking Holdings, trazem incertezas ao mercado.
  2. Fusões e aquisições na área da saúde devem crescer em 2025, impulsionadas por inovação tecnológica, consolidação estratégica e um ambiente regulatório mais favorável nos EUA. Segundo a Datasite, os negócios globais de compra no setor aumentaram 10% até novembro de 2024, e lançamentos de deals dispararam 51% após as eleições americanas. A telemedicina e a IA, com mercado projetado para USD 188 bi até 2030, seguem como focos de aquisição. Private equity também retorna ao setor, mirando ativos escaláveis. No entanto, desafios regulatórios e segurança de dados seguem no radar.
  3. O agronegócio registrou um crescimento de 140% no M&A em 2024, totalizando 12 operações, contra 5 em 2023, segundo a KPMG. O destaque ficou para os segmentos sucroalcooleiro e de fertilizantes, impulsionados por altos investimentos e riscos financeiros no setor. Entre os negócios, a BP comprou a fatia da Bunge na BP Bunge Bioenergia, a Aqua Capital assumiu o controle da Solubio por BRLm 100, e a israelense ICL adquiriu a Nitro 1000 por USDm 30. A Agrion captou USDm 50, e a Agrogalaxy ampliou sua fatia na Agrocat.
  4. O setor elétrico registrou recorde histórico de M&A em 2024, com 72 transações, um aumento de 41% em relação a 2023, segundo a KPMG. O crescimento foi impulsionado pela descarbonização, segurança energética e novas demandas dos consumidores. O destaque foi o forte movimento doméstico, com 50 operações entre empresas brasileiras, enquanto 12 envolveram estrangeiros adquirindo ativos no país. A tendência de consolidação deve continuar em 2025, com foco crescente em energias renováveis, afirmou Franceli Jodas, sócia da consultoria.
  5. Os investimentos em Venture Capital no Brasil cresceram 17% em 2024, totalizando BRL 9 bi, mesmo com a queda de 46% no número de deals, que passou de 228 para 123, segundo ABVCAP e TTR Data. A alta foi impulsionada pelo último trimestre, que registrou BRL 3,5 bi (+59%). A seletividade dos fundos aumentou, reflexo das taxas de juros elevadas e menor disponibilidade de capital. Já o Private Equity caiu 44%, para BRL 13,3 bi, com redução de 51% no último trimestre. O Corporate Venture Capital avançou 36%, atingindo BRL 3,5 bi.
  6. O setor de petróleo e gás natural registrou 26 operações de fusões e aquisições em 2024, um aumento de 62% em relação a 2023, de acordo com a KPMG. A maior parte das transações foi entre empresas brasileiras, que somaram 20 negociações. O levantamento sugere uma recuperação no número de operações no setor, com expectativas de voltar aos níveis de 2018, quando ocorreram 46 transações. A KPMG não revelou empresas ou valores envolvidos nas operações.
  7. O mercado de fusões e aquisições veterinárias em 2025 está experimentando uma estabilização após um período de crescimento acelerado, com desafios econômicos e mudanças nas dinâmicas do setor. Consolidadoras corporativas continuam ativas, mas com critérios mais seletivos, focando em práticas eficientes e com propostas de valor diferenciadas. Além disso, as preferências de compra estão focadas em práticas com bom desempenho financeiro, equipes bem treinadas e imóveis com potencial de expansão. Desafios como a escassez de pessoal e a incerteza econômica podem impactar o setor, mas há oportunidades em inovação operacional e otimização de imóveis, com práticas buscando agregar novos serviços ou expandir áreas de tratamento.
  8. Em 2024, o setor agropecuário brasileiro registrou um crescimento de 140% nas fusões e aquisições, totalizando 12 operações, em comparação com as cinco transações do ano anterior. O destaque foi para os setores sucroalcooleiro e de fertilizantes. Entre as transações notáveis, estão a aquisição pela BP do restante de 50% da BP Bunge Bioenergia e a compra da Solubio pela Aqua Capital por BRLm 100. O Brasil registrou 1.582 F&As no total, com 981 operações domésticas e 394 aquisições estrangeiras, indicando um mercado em expansão e crescente dinamismo no agronegócio.

Movimentações executivas

Indústria

Agronegócio

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Consumo

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Energia

Intenções e Estratégias

M&A

FIG

Intenções e Estratégias

M&A

Industria

Intenções e Estratégias

M&A

Real Estate

Intenções e Estratégias

M&A

Recursos Naturais

Intenções e Estratégias

M&A

Saúde

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Serviços

Intenções e Estratégias

M&A

TMT

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising