Back to Teaser

M&A Community no Brasil – Ed. #78

Brazil 43 min read
Author
Luca Rossi

Bem-vindos à edição #78 da M&A Community Brasil.

Só faltavam os ovos para a JBS. A empresa agora é detentora de 50% do Grupo Mantiqueira, maior produtor de ovos no Brasil. E isso marca um importante passo para consolidação do portfólio da gigante. Os ovos eram a única proteína animal ainda não englobada dentro dos ativos da empresa, coisa que muda nesse segundo momento. O valor da transação não foi divulgado, mas considerando a avaliação de BRL 1,9 bi da empresa, já podemos imaginar grandes cifras.

Já em TMT, o drama da Oi prossegue. Agora, a empresa avançou nas negociações da sua vertical de TV por assinatura. A Mileto Tecnologia será o stalking horse do processo, que não deve demorar para ser confirmado.

Mas não é só esse destaque que trazemos nesta edição. 

  1. JBS compra 48,5% da Mantiqueira, avaliada em BRL 1,9 bi
  2. Gerdau adquire duas PCHs no Mato Grosso por BRLm 440
  3. Maurício Quadrado adquire o banco Digimais e planeja aporte de BRLm 800 

Não esqueça de conferir todos os deals mapeados da última quinzena no nosso Deals Highlights!

Boa leitura.

Deal Highlights 21 a 5 de janeiro

TypeIndústriaTargetBuyerSeller
01

Takeover

TMT

PsicoClub

PsicoManager

Private Shareholders

02

Takeover

TMT

Academia do Psicólogo

PsicoManager

Private Shareholders

03

Majority Stake

TMT

Infotera (70%)

Omnibees

Private Shareholders

04

Takeover

Healthcare/Pharma

Grupo BIPP

MedIQ

Private Shareholders

05

Takeover

FIG

Amaril Franklin

Warren Investimentos

Private Shareholders

06

Asset Acquisition

Energy

2 PCHs (Garganta da Jararaca e Paranatinga II)

Gerdau

Atiaia Energia

07

Takeover

Services

Duca Saúde

Company Hero

Private Shareholders

08

Takeover

Services

Segure.Me

Company Hero

Private Shareholders

09

Takeover

TMT

SupplyMind

(Non-disclosed)

GTPLAN

10

Minority Stake

Energy

Lar do Sol IV, V e VI (297 MWp)

Dow Brasil

Atlas Renewable Energy

11

Takeover

Services

Ducais

Alper Seguros

Atlas Renewable Energy

12

Asset Acquisition

Real Estate

2 lojas (SP e RJ)

Alianza Trust Renda Imobiliária

Assaí Atacadista

13

Takeover

Industry

Food Brands

Acon Investments

Holding New Time

14

Takeover

Healthcare/Pharma

Clínica Prisma

ViV Saúde Mental e Emocional

Private Shareholders

15

Takeover

Services

Swift Carbon Pro Cycling

Heatmap

Private Shareholders

16

Takeover

Industry

Mantiqueira Brasil

JBS

Leandro Pinto & Private Shareholders

17

Minority Stake

Agribusiness

Belagrícola

Bunge

Família Colofatti

18

Takeover

Energy

Rialma IV (2 LT em BA)

Alupar

Private Shareholders

19

Minority Stake

Energy

Complexo Vista Alegre (20%)

Hydro Rein

Atlas Renewable Energy

20

Takeover

TMT

Do It Growth

Tess Contabilidade

Private Shareholders

21

Takeover

Services

Triider

IguanaFix

Private Shareholders

22

Takeover

TMT

Hand Talk

Sorenson

Private Shareholders

23

Takeover

FIG

Banco Digimais

Maurício Quadrado

Edir Macedo

24

Minority Stake

TMT

NeoSpace

Itaú Unibanco

Private Shareholders

25

Majority Stake

Energy

Enliv Energia (80%)

Electra

Private Shareholders

26

Takeover

Services

Kovi

Moove

Private Shareholders

27

Minority Stake

Services

Univale Transporte

Apex Partners

Private Shareholders

28

Takeover

Services

Faculdade Faesda

Grupo Caduceu

Private Shareholders

29

Merger

Services

IE Intercâmbio e MetaApply

30

Takeover

Industry

Reivax

WEG

Private Shareholders

31

Minority Stake

Infrastructure

Lindenberg (46,75% cada)

Eztec

Lindenberg Investimentos

32

Takeover

Services

Apex Science Consultoria Analítica

Qima Brasil

Apex Science

33

Takeover

Energy

BaseAll

2P

Private Shareholders

34

Majority Stake

Energy

Larus (50%)

November Bidco

Private Shareholders

35

Majority Stake

Energy

VirtuGNL (50%)

Perfin Infra

Private Shareholders

36

Asset Acquisition

Real Estate

Imóvel de 1.982 m² (SP)

Pernambucanas

São Carlos

37

Majority Stake

Services

Hispasat (89,6%)

Indra Group

Red Eléctrica

38

Takeover

TMT

Datamind

Involves

Private Shareholders

39

Takeover

TMT

Rede Transamérica

GC2

Private Shareholders

40

Takeover

Industry

AXN Heavy Duty LLC

Randon

Private Shareholders

Aumento de megadeals eleva as apostas bilionárias para o M&A de 2025

Mais é realmente menos? O M&A em 2025 promete um toque de bauhaus, com os grandes players enxergando maior importância em alguns ativos estratégicos mais caros, em oposição à quantidade de aquisições.

É para essa direção que a configuração das megatransações se estruturou em 2024. Em um relatório recém publicado, a PWC estimou que, dos mais de 50 mil deals do ano passado, 1% (502) deles ultrapassaram a marca de USD 1 bi. Desses, 72 foram megadeals, (acima de USD 5 bi), um crescimento de +18% YoY. 

Outros fatores que influenciaram incluem:

  1. Com a necessidade de vender ativos adquiridos antes de 2020, os fundos de PE estão focando em transações maiores e mais estratégicas, em vez de pulverizar investimentos.
  2. CEOs estão buscando aquisições para crescimento e inovação, muitas vezes em alvos estratégicos específicos, em vez de um grande volume de pequenas transações.

Mesmo representando uma parcela tão pequena, as megaoperações contaram 28% do valor total transacionado. Esses são fortes indicativos da preferência crescente por deals de maior porte, mais direcionados e estratégicos, em vez de diversificação em muitas empresas menores. Isso é especialmente observável no setor de Tecnologia, com operações como o joint venture de USD 500 bi entre OpenAI, Oracle e SoftBank para infraestrutura de IA.

  1. Tecnologia continua liderando as transações de grande porte, especialmente impulsionado pela corrida por IA e infraestrutura digital. 
  2. Banking e FIG mostram movimento de consolidação, detendo o segundo maior megadeal do ano.
  3. O setor de Seguros cresceu na segunda metade do ano, ultrapassando TMT no ranking de setores mais ativos. 
  4. Healthcare & Pharma viu uma queda de 36% no valor das transações devido à redução no número de megadeals (de 10 em 2023 para apenas 4 em 2024).

Esse crescimento está bem relacionado com o estado das valuations globais no momento. Dados do Pitchbook apontam EV/revenue médio de 3,8x para os megadeals, muito acima da média global de 1,5x e distante do 1,0x típico das transações abaixo de USDm 100. Quem aposta em grandes transações está disposto a pagar prêmios significativamente mais altos.

  1. A consolidação de múltiplos em torno de 1,5x para EV/revenue indica que a disputa por bons ativos deve se intensificar. Tudo leva a crer que veremos mais deals estratégicos (e, claro, mais megadeals) em 2025; em um cenário em que as sinergias e posições de mercado consolidadas terão um papel cada vez mais decisivo.

Por outro lado, o EV/EBITDA global recuou para 8,8x contra os 9.0x de 2023. Analistas afirmam que essa queda não deve ser motivo de preocupação: não passa de um ajuste saudável no mercado, principalmente se comparado ao S&P 500, onde os múltiplos seguem bem mais elevados. 

Esse gap de valuations entre companhias privadas e públicas sugere espaço para uma reprecificação futura. A tendência é que os valuations inflados se aproximem cada vez mais de valores estáveis e “justos”, aquecendo ainda mais o mercado. Ou seja, mais oportunidades para o M&A.

Talvez isso acarrete também um aumento no volume das transações? Seja por FOMO ou pela necessidade de se manter competitivo, não é fácil ficar de braços cruzados enquanto ativos passam de mão por grandes valores. 

As respostas disso vão vir com o tempo. Até o momento, a equipe da M&A Community mapeou 96 deals brasileiros em janeiro de 2025, em oposição aos 71 de 2024. Talvez a gente só esteja mais atento, mas gosto de pensar que o motivo é a retomada na sua sede por transações, estrategista. 


Deu o que falar…

  1. A ANS determinou que a operadora Golden Cross venda sua carteira de planos de saúde e dentais, composta por 206,3 mil clientes de convênio médico e 108,1 mil de plano dental, no prazo de 30 dias. A ANS também proibiu a venda de novos planos. A razão seria a “incapacidade” da empresa de regularizar as “anomalias econômico-financeiras”. A empresa agora luta para reverter a decisão.
  2. O Itaú entrou com uma ação judicial contra o ex-CFO, Alexsandro Broedel Lopes, acusando-o de “fraude rasteira” e buscando uma indenização de BRLm 3,35. O banco afirma que Broedel não declarou sua ligação com uma consultoria da qual era sócio e contratou a empresa para emitir 40 pareceres entre 2019 e 2024, supostamente obtendo vantagens financeiras. Broedel nega as acusações e promete contestar o caso judicialmente. O Itaú também alega que o ex-executivo recebeu pagamentos de forma indireta, por meio de uma terceira empresa.
  3. O CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, expressou dúvidas sobre a eficácia de uma fusão entre Gol e Azul para resolver problemas de dívida. Embora o setor aéreo brasileiro tenha margens operacionais saudáveis, ele apontou que as elevadas dívidas, exacerbadas pela alta de juros, são um desafio maior. Cadier também destacou que a Latam se reestruturou com sucesso no Chapter 11, sem necessidade de concentração de mercado. O executivo espera que o Cade analise cuidadosamente a fusão para evitar impactos negativos ao mercado e aos passageiros.
  4. O STJ negou um pedido para suspender execução contra empresa do grupo 123milhas. O impasse surgiu após a 3ª Vara Cível de São Caetano do Sul determinar o cumprimento de uma sentença contra a 123 Viagens, sob o fundamento de que, na data do pedido de recuperação judicial, o crédito da exequente ainda não estava definitivamente constituído. A empresa argumenta que a execução deveria ser suspensa, pois os valores estariam sujeitos ao processo de recuperação em trâmite na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
  5. A Líder Atacadista entrou com um pedido de recuperação judicial. Segundo o despacho, o pedido de recuperação judicial, protocolado no início de 2025, surge após um período de forte desaceleração nos negócios, agravada pela crise econômica gerada pela pandemia de COVID-19 e forte concorrência. A empresa, que até 2019 vinha ampliando suas operações com a abertura de filiais em cidades como Tubarão, Sombrio e Imbituba, enfrentou dificuldades no planejamento de expansão.

Novos fundos e captações

OwnerFundCategoryExpected AUM
01

Endeavor

Endeavor Catalyst 5

Venture Capital

USDm 300

02

DGF Investimentos

Venture Capital

BRLm 300

03

MSW Capital

MSW MultiCorp 2

Venture Capital

+BRLm 20

04

Oria Capital

Venture Capital

USDm 30

Market Trends

CEO’s olham para M&A em 2025 com otimismo

A 28ª CEO Survey, da PWC, revelou um otimismo crescente e urgência por reinvenção por parte das grandes lideranças empresariais. Entre os CEOs brasileiros, 68% acreditam na aceleração do crescimento global nos próximos 12 meses, frente a 36% em 2024. 

E com o cenário macroeconômico mais estável, o M&A vem em seguida. Dos que realizaram uma grande aquisição nos últimos 3 anos, 81% planejam fechar um ou mais deals nos próximos três. Paralelamente, 45% dizem que suas empresas não sobreviverão mais de dez anos sem se reinventar, indicando a pressão por inovação, sobretudo com IA e práticas de baixo impacto climático.

  • A falta de talentos qualificados, vista como a maior ameaça por 30% dos líderes, reforça a necessidade de investir em desenvolvimento humano. Enquanto alguns avançam rapidamente, integrando inteligência artificial generativa aos negócios e buscando ganhos de receita e produtividade, outros ainda se movem com lentidão, presos a modelos operacionais antigos. 
  • O desafio, portanto, está em acelerar o ritmo: realocar recursos, aprimorar processos de decisão e expandir a oferta de produtos e serviços com foco em sustentabilidade. A mensagem é clara: diante de um cenário dinâmico, apostar na transformação não é opcional, mas condição de sobrevivência.

Fonte: PWC

Retorno dos megadeals gera expectativa para Serviços Financeiros

Os dados recentes sobre os valores dos megadeals já criaram um otimismo cauteloso para M&A em serviços financeiros, ainda que volumes sigam moderados.

Bancos, seguradoras e gestoras de ativos buscam aquisições para acelerar transformação, ganhar escala e explorar áreas como private credit, fintechs e as quase onipresentes soluções de IA. A combinação de pressões regulatórias diferenciadas, taxas de juros variáveis e busca por eficiência operacional incentiva transações, enquanto fundos de private equity se mantêm ativos tanto em compras quanto em desinvestimentos.

Fonte: Industry Trends e Norton Rose Fullbright



Megadeals impulsionam o M&A em Seguros no H2 24 

Falamos há pouco sobre o protagonismo do setor de Seguros na segunda metade de 2024. E dados do setor mostram que a expectativa é realmente boa. Esse mercado já acumula 750 transações em 2024, com uma queda já esperada de 10% ante 2023, mas ainda assim com o destaque para três megadeals bilionários envolvendo algumas das maiores corretoras do mundo. 

E onde tem gente arriscando, existe potencial.

No Brasil, a Alper Seguros já iniciou 2025 com a compra da Ducais, reforçando o foco em benefícios. A tendência é de mais negócios de grande porte nos próximos 12 a 24 meses, reforçando a busca por escala no setor.

Fonte: Optis Partners

Outras trends

  1. Em 2024, as fusões e aquisições no setor de infraestrutura no Brasil superaram BRL 100 bi, com um crescimento de 223% em relação ao ano anterior. Setores como portos, rodovias e saneamento foram os mais ativos, com grandes aquisições realizadas por investidores estrangeiros, como a CMA CGM e a MSC.
  2. Os M&As de usinas solares cresceram 65% em relação a 2023, com 52 transações registradas, especialmente na Q4 24. O aumento foi impulsionado pela autoprodução, com 41% das aquisições focadas em usinas de geração centralizada (GC). As empresas dos setores de siderurgia e alimentos lideraram as aquisições de GC por autoprodução. O mercado de geração distribuída (GD) também viu um aumento significativo, dobrando seu volume. A Atlas Renewable Energy, Casa dos Ventos e Pan American Energy foram algumas das principais empresas envolvidas.
  3. Após um ano decepcionante para M&As em biotecnologia, 2025 promete ser mais positivo para o setor. Em 2024, o valor total das transações caiu drasticamente, com empresas optando por aquisições menores. Porém, especialistas acreditam que, com a iminente expiração de patentes e a busca por crescimento inorgânico, as grandes farmacêuticas deverão intensificar as M&As em 2025, aproveitando seu “poder de fogo” de USD 1,3 tri.
  4. O UBS revisou para baixo as estimativas de lucro das varejistas em 19% e cortou em 24% o preço-alvo médio do setor, citando juros elevados e menor consumo. O banco reduziu drasticamente a previsão de lucro do Magazine Luiza e rebaixou o Grupo Pão de Açúcar para recomendação de venda.
  5. Startups focadas em inteligência artificial, defesa e segurança cibernética lideram os aportes de venture capital no Brasil, que registrou USDm 816,8 no Q2 24, o maior valor desde 2022.
     
  6. Em 2025, o agronegócio brasileiro deverá enfrentar um aumento nos pedidos de recuperação judicial, impulsionado por fatores como juros elevados, dificuldades na renegociação de dívidas e condições climáticas adversas.
  7. Em 2024, o setor de M&A em tecnologia no Brasil registrou um crescimento notável de 115%, movimentando BRL 26,1 bi, segundo a FZF Capital. As aquisições se concentraram em empresas maduras, especialmente nos segmentos de software B2B, serviços financeiros e marketplaces de nicho.
  8. O setor bancário também se prepara para um crescimento no M&A em 2025, após a recuperação das transações em 2024, com seis negócios acima de USD 1 bi. O retorno de Donald Trump à presidência pode impulsionar a flexibilização da regulamentação, o que pode influenciar a dinâmica das fusões bancárias no futuro.

Movimentações executivas

Indústria

Investment and Banking

Agronegócio

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Consumo

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Energia

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

FIG

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Industria

Intenções e Estratégias

M&A

Real Estate

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

Saúde

Intenções e Estratégias

M&A

Serviços

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising

TMT

Intenções e Estratégias

M&A

Fundraising