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M&A Community no Brasil – Ed. #93

Brazil 14 min read
Author
Luca Rossi

Semana agitada no Condado! Em meio à sirenes da Polícia Federal em operação que liga grandes nomes da Faria Lima à facções criminosas, o mercado se manteve ativo.

Cinco anos, três choques e um exército de executivos que não se deixa abalar — essa é a saga do M&A em tempos modernos. De pandemias congelantes a tarifas que assustam, esses sobreviventes enxergam oportunidades onde outros veem ruído. Com balanços reforçados e olho no futuro, eles transformam caos em estratégia. Prepare-se para entender como vencer o jogo, surfando as ondas da volatilidade global e domando o temido monstro de fluxo brasileiro.

  1. XP Malls vende fatias em nove shoppings por BRL 1,6 bi em sua maior transação para a Riza Asset e levanta capital para pagar as aquisições realizadas nos últimos meses.
  2. Raízen fechou acordo para vender duas usinas para Cocal Agroindústria por BRL 1,54 bi – valores levantados ainda não são suficientes para cobrir a dívida líquida, mas trazem um suspiro.
  3. Em meio à polêmicas, Virgo contratou a CVPar para buscar um comprador e Riza fecha acordo – companhia ainda fará diligência, mas se comprometeu a recompor a reserva de CRI desviada.
  4. Mercado Livre compra farmácia da Memed, a Cuidamos Farma, e faz as ações das varejistas caírem no pregão do dia 29 de agosto – Pague Menos cai 3,72% e Raia Drogasil caiu 6,90%.

Boa leitura!


Deals Highlights

Curadoria entre 20 de agosto e 2 de setembro

Número de deals identificados: 30

Valor total divulgado: BRL 4,76 bi

TargetTypeIndustryBuyerSeller
01

Constellation ↔ Áster

Merger

FIG

02

WDC (14,3%)

Minority Stake

Infrastructure

Tuesday Capital

2B Capital

03

Ciclus Ambiental

Takeover

Infrastructure

Aegea

Simpar

04

Aliant ↔ Be Compliance

Merger

TMT

05

Participação da Changi no Galeão (70%)

Majority Stake

Infrastructure

Vinci Compass

Changi

06

Bioma

Minority Stake

Healthcare/Pharma

Angra (via Finep)

Private Shareholders

07

Projetus TI

Takeover

TMT

Vela LatAm

Private Shareholders

08

Grupo CSI (100%)

Takeover

Agribusiness

Grupo BUN

Private Shareholders

09

E-Drive

Takeover

Industry

Power2Go

Private Shareholders

10

Flex Atacarejo ↔ Enxuto Supermercados

Merger

Consumer

11

Duffer Influence

Takeover

Services

Heatmap

Private Shareholders

12

Complexo Hospitalar Uberlândia (84%)

Majority Stake

Healthcare/Pharma

Alexandre de Menezes Rodrigues

Oncoclínicas

13

2 lojas ocupadas pelo Assaí

Asset Acquisition

Real Estate

Private Shareholders

TRX

14

A5X (>10%)

Minority Stake

FIG

Itaú

Private Shareholders

15

Cuidamos Farma

Takeover

Healthcare/Pharma

Mercado Livre

DNA Capital (Memed)

16

Virgo

Takeover

FIG

Riza Asset

Private Shareholders

17

Fatias em 9 shoppings

Asset Acquisition

Real Estate

XP Malls

BRL 1,6 bi

18

Pátio Higienópolis (7%)

Minority Stake

Real Estate

RBR Malls

Iguatemi

19

JV Inpasa + Amaggi (usinas de etanol de milho)

Joint Venture

Energy

Inpasa; Amaggi

20

Atex Investimentos ↔ Elite Investimentos

Merger

FIG

21

BarraShopping (7,5%)

Minority Stake

Real Estate

Multiplan

Private Shareholders

22

BMG Seguros (40%)

Minority Stake

FIG

BMG

Phoenix One Participações

23

Projetus TI

Takeover

TMT

Constellation Software (CA)

Private Shareholders

24

Usinas Rio Brilhante e Passa Tempo

Asset Acquisition

Energy

Cocal

Raízen

25

Abensur Enris

Takeover

Healthcare/Pharma

MDS

Private Shareholders

26

Acquio

Takeover

FIG

Grupo Entre

Private Shareholders

27

DataSaga

Takeover

TMT

Nuvio

Private Shareholders

28

Hospital Glória (49,99%)

Minority Stake

Healthcare/Pharma

Bradesco

Família Moll

29

Schmidt Valois Miranda Ferreira & Agel

Takeover

Services

Campos Mello Advogados

Private Shareholders

30

Get and Go

Takeover

Consumer

Mikro Market

Private Shareholders


Sobreviventes em ação: como executivos enfrentam cinco anos de choques e mantêm o M&A vivo

Executivos têm enfrentado uma sequência implacável de choques nos últimos cinco anos, que abalaram suas estratégias de negócios e M&A. A pandemia de COVID-19 despejou o mercado no congelamento em 2020, fazendo os valores e volumes de transações caírem a níveis historicamente baixos.

Pouco depois, o aumento abrupto das taxas de juros freou ainda mais a atividade, desacelerando o ritmo das operações quase ao patamar pandêmico. E, por fim, os recentes choques tarifários dos EUA adicionam um terceiro desafio, ameaçando a confiança e clareza necessária para as apostas em crescimentos e lucros no longo prazo.

Mas esse choque tem um perfil diferente: execuções experientes vêm aprendendo a conviver com a instabilidade, fortalecendo balanços, cortando custos e construindo resiliência para responder mais rápido aos desafios estratégicos.

A prova ainda está nos números: apesar da queda em abril, o volume de M&A estratégico subiu 11% até maio de 2025, sustentado por setores como tecnologia, serviços financeiros e mídia, que aproveitaram a onda onde tecnologias disruptivas como a IA generativa.

Lições claras emergem do cenário: empresas fortes que continuam investindo em M&A superam as estagnadas; a disrupção cria demanda por aquisições que aceleram adaptação; as altas taxas favorecem operações que geram escala; e vencedores ajustam portfólios para ampliar vantagem competitiva, sem permitir que ruídos externos desviem transformações multianuais. Em suma, o futuro pertence a quem separa o ruído do sinal e avança com convicção.

Monstro de fluxo e choque global: desafio para M&A e private equity no Brasil

O artigo recente do Valor destaca que o investidor estrangeiro está cada vez mais atrás do “monstro de fluxo” no Brasil, buscando oportunidades robustas para ampliar capital, seja na bolsa, na dívida corporativa ou em operações de M&A, em um cenário de juros elevados e volatilidade global.

Esse apetite por fluxo se conecta diretamente ao choque nos leveraged loan fundos dos EUA, que em abril sofreram maior retração de AuM em cinco anos, caindo USD 10,7 bi – um sinal claro de que a alta aversão ao risco e o aumento dos custos de captação estão pressionando operações alavancadas e o retorno financeiro esperado.

No Brasil, essa combinação de fatores globais somada à busca do investidor estrangeiro por investimento que entreguem fluxo consistente impõe maior rigor na estruturação e seleção de operações de private equity e M&A. O crescimento do mercado de crédito privado local e o apetite crescente por deals que geram caixa elevam a exigência por estratégias inteligentes que equilibram risco e retorno, diante de um ambiente cada vez mais se assemelha ao turbulento cenário dos mercado americanos.


Deu o que falar…

  1. Instituições como Reag e Trustee foram alvo de busca e apreensão em operação da PF que investida lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio para criminosos
  2. Vale lembrar que a Reag foi de BRL 25 bi para BRL 341 bi em cinco anos – companhia cresceu com aquisições e na esteira de clientes como Banco Master
  3. BRLm 400 foram roubados do HSBC em ataque hacker que envolve a Sinqia, provedora de sistemas de core bancário
  4. O que mudou nas fintechs após operação que afetou a Faria Lima: estimativa é que 15% das 2,1 mil fintechs podem fechar as portas

Fundos comandam: o conselho virou octógono corporativo

O protagonismo dos fundos de investimento na gestão empresarial já saiu do PowerPoint e entrou de sola no dia a dia das companhias brasileiras. Não basta mais ser sócio minoritário com cara de paisagem. Agora os fundos arregaçam as mangas, colocam gente de confiança no Board e fazem mais que puxar orelha – querem resultado e governança na veia.

Cada vez menos pacientes com gestões amadoras, os fundos pedem disciplina, profissionalismo e lucidez – e, se possível, sem aquele tradicional jeitinho nacional de empurrar problemas para frente.

Se antes participar do conselho era quase rito burocrático, hoje virou arena de gladiadores corporativos. Os antigos donos, por sua vez, sentem a respiração no cangote: quem não entregar, toma o famoso “follow-on agressivo” e pode acabar relegado ao canto.

No fim do dia, é Darwinismo puro – sobrevive quem entende que fundos fazem muito mais do que olhar balanço: eles exigem transformação e com suor e senso de urgência.

Fonte: Pipeline


Autonomia digital: o Brasil cansou de ser coadjuvante de dados

Quando o debate sobre IA se mistura com infraestrutura e política, a conversa deixa de ser teórica e cai no colo da soberania nacional. O novo relatório em discussão na Câmara abandona o blábláblá tecnocrata e escancara o óbvio: sem data center robusto e próprio, o Brasil só protagoniza no papel. Os dados continuam batendo perna no exterior enquanto o país fantasia autossuficiência digital.

Na prática, discutir IA sem falar em um de armazenamento local é como vender carro de última geração sem garantir as estradas. O objetivo agora é deixar de ser mero consumidor global e entrar no clube de fornecedores – porque depender eternamente de infraestrutura gringa é, no mínimo, ingênuo (ou preguiçoso).

No fundo, está aberta a temporada de caça por autonomia digital, onde regulação vira política industrial e data center vira território estratégico. O resto é torcida.

Fonte: NeoFeed


Energia agitada: lucra quem opera com relógio, não com calendário

Com o avanço meteórico das renováveis na matriz energética, o setor de energia brasileiro virou um verdadeiro parque de diversões para trazeres, mas um filme de suspense para quem insiste no feijão-com-arroz. Sólar e eólica ampliam a oferta… e o risco: a volatilidade vai explor, os apagões vêm no pacote e só brilha quem entende de timing, não mais de volume.

Os dias de vender energia igual commodity acabaram; a festa agora é para quem domina a curva horária e monetiza a escassez no início da noite.

Enquanto as hidrelétricas dançam conforme o relógio e capturam margens gordinhas nos picos, as renováveis colecionam curtailments, ladeira nos preços e pressão sobre as margens. A Eletrobras, com lastro de água e muita energia descontratada, nada de braçada enquanto a Engie e afins amargam o lado B da transição.

Quem achar que média anual é guia estratégico vai aparecer com inveja (e prejuízo) nos próximos balanços.

Fonte: Brasil Journal


Cresce a receita, seca o retorno: private equity precisa de criatividade, não só de Excel

Os fundos de private equity celebram receitas crescentes, mas, no fundo, a festá é de “cara no bolo e garfo vazio”. O setor bate recordes em captações e vê suas investidas acelerarem faturamento, só que, quando o assunto é retorno, o passo é de marcha lenta: a média de distribuição sobre NAV derreteu de 29% para 11% na década.

A indústria aprendeu a crescer no PowerPoint, mas transformar receita em dinheiro para o investidor virou artigo de luxo – ou, no linguajar de gestor, exige “modelos inovadores de geração de valor”.

Capital disponível ainda há de sobra (“dry powder”), mas menos deals atraentes, mais competição e custos maiores para entregar alpha deixam a turma do private equity repensando estratégias e reduzindo ambições.

A ressaca é clara: quem foca só em crescimento de receita vai penar para entregar o prometido. E o investidor? Segue esperando pela curva J, de Juízo Final.

Fonte: Pipeline

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