M&A Community no Brasil – Ed. #96

Olá, 

A 3T25 fecha com BRL 208 bi e 1.303 transações, +5% em volume e +15% em capital vs 2024. Os insights dessa edição incluem:

1. O mercado segue seletivo: Tech lidera (252 deals), PE cresce em capital (+23%) e Asset Acquisitions avança em volume (+29%).
2. O case da quinzena é a Sabesp: BRL 1,13 bi pela EMAE, conectando água e energia e criando um hedge natural contra custos elétricos. 
3. No fluxo, setembro sinaliza volta parcial do estrangeiro (+BRL 5,27 bi), enquanto a janela de IPO abre lá fora e o Brasil se financia via DCM (>USD 30 bi no ano).

Também confira nesta edição: os destalhes de 25 deals e leituras rápidas para guiar decisões em utilities, FIG, real estate, tech e além.

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Deal Tracker

Curadoria entre 16 até 29 de setembro

Número de deals identificados: 25

O mercado transacional brasileiro movimentou BRL 208 bi no 3Q25, com 1.303 transações — alta de 5% em volume e 15% em capital versus 2024. Tech lidera com 252 deals. Private Equity cresceu 23% em capital investido, enquanto Asset Acquisitions avançou 29% em volume.​​​​​​​​​​​​​​​​

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Sabesp vai além da torneira: água, energia e um hedge que ninguém esperava

A Sabesp acaba de fechar o deal da quinzena: BRL 1,13 bi pelo controle da EMAE, e não, não é só mais uma operação de saneamento. É um movimento cirúrgico que mistura segurança hídrica, geração de energia e hedge natural contra os custos que mais doem no bolso de quem opera infraestrutura crítica.

Em duas tacadas — comprando da Vórtx (Phoenix) e da Eletrobras — a Sabesp não apenas integra os reservatórios Guarapiranga e Billings, aumentando em 52% sua capacidade de armazenamento até 2029, mas também entra no jogo da energia elétrica com usinas hidrelétricas de fluxo de caixa indexado à inflação. Tradução: proteção natural contra a volatilidade dos custos de eletricidade, que representam uma fatia gorda da operação.

O recado é cristalino: infraestrutura no Brasil não é mais sobre fazer mais do mesmo. É sobre convergência, resiliência e criar valor onde água encontra energia. E a Sabesp acabou de mostrar como se joga esse jogo.​​​​​​​​​​​​​​​​

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Gringos na berlinda: fluxo estrangeiro trava, mas setembro acende o sinal verde

Gringos na berlinda: fluxo estrangeiro trava, mas setembro acende o sinal verde

O terceiro trimestre de 2025 foi o mais fraco do ano para o fluxo estrangeiro na B3: míseros BRLm 170 de saldo líquido entre julho e setembro, segundo a Elos Ayta. Mas setembro trouxe alívio com BRL 5,27 bi de entrada, o melhor resultado desde junho. O acumulado do ano ainda é positivo em BRL 27 bi.

E a perspectiva do mercado é positiva:

• O BTG projeta entradas entre BRL 40 a 50 bi em 2025. 
• O Itaú BBA elevou a projeção do Ibovespa para 155 mil pontos, apostando em valuation atrativo. 
• A Kinea aumentou posições em ações diante de balanços sólidos.

A conexão com infraestrutura? Capital estrangeiro hesitante na bolsa é o mesmo que analisa deals em utilities e saneamento. Setembro sugere: os gringos testaram os preços e esperam o convite certo.​​​​​​​​​​​​​​​​

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Deu o que falar…

1. 2W Ecobank quer indenização de credores por vencimento antecipado. Empresa, que está em RJ, acusa debenturistas e agente fiduciário de forjar assembleia. Entre os envolvidos estão AZ Quest, Credit Suisse e outros.
2. PicPay busca levantar cerca de USDm 500 em IPO nos EUA. A empresa trabalha com o Citigroup, Royal Bank of Canada e o BofA na potencial listagem ainda essa ano.
3. Luciano Huck está avaliando a compra do Will Bank, instituição financeira digital controlada pelo Banco Master, em conjunto com um grupo de investidores.

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IPOs: Brasil vai pra Gringa, mas janela aqui segue trancada

O Bank of America vê oportunidades douradas para techs brasileiras listarem nos EUA até 2026 — pelo menos cinco empresas já estão se preparando. O valuation mínimo ideal? Entre USDm 400 e 500 , segundo Hans Lin, co-head de investment banking do BofA. Abaixo disso, falta liquidez e visibilidade.

O mercado americano está fervendo: o terceiro trimestre foi o mais forte desde 2021, com USD 36,4 bi em exit value de IPOs venture-backed, alta de 2.861% no ano. VCs estão sedentos por liquidez, e secundários representam fatia maior que o usual — sinalizando que devolver capital aos LPs virou prioridade.

E o Brasil? A janela para IPOs em 2026 depende de fluxo estrangeiro, queda de juros e eleições que agradem ao mercado. O cenário-base do BofA? Igual a 2025: block trades, follow-ons, mas zero IPOs novos. Por aqui, o foco virou DCM — empresas brasileiras já emitiram mais de USD 30 bi em dívida internacional este ano, com apetite global recorde.​​​​​​​​​​​​​​​​

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VC na LatAm: crescimento constante, mas fora do hype global de IA

O mercado de VC na América Latina cresceu 6% no 1H25 em relação a 2024, com investidores internacionais mantendo presença sólida de 42% nas rodadas. Mas há um contraste brutal: enquanto a região avança modestamente, o mercado global explodiu 38% no mesmo período, puxado pelas mega rodadas em IA.

Segundo Julio Vasconcellos, a diferença está clara: não temos grandes empresas de IA por aqui. O que a LatAm tem é seletividade crescente — menos rodadas, cheques maiores. O ticket médio subiu de USDm6,8 em 2024 para USDm 8,9 em 2025.

E tem mais: existem USD 3 bi em dry powder esperando para serem investidos na região, segundo Atlântico e Spectra. Captou-se USD 1,3 bi em 2024, mas seguindo a lei de Pareto — poucos fundos concentram a maior parte do capital, espelhando a dinâmica global onde 9% dos fundos captam 50% do total nos EUA.

A indústria está capitalizada e seletiva. Se os juros caírem, o jogo muda completamente.​​​​​​​​​​​​​​​​

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